ESTUDANTES DE MEDICINA APRENDEM LIBRAS PARA PROMOVER ATENDIMENTO INCLUSIVO NO AMAZONAS

No Brasil, 26 de setembro é celebrado como o Dia Nacional dos Surdos, data instituída para chamar a atenção para a inclusão e os direitos dessa comunidade. No Amazonas, alunos do curso de medicina da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Manacapuru e Itacoatiara, vivenciam essa prática na formação acadêmica ao cursarem libras, garantindo um preparo para oferecer um atendimento mais inclusivo aos pacientes surdos.

Para a diretora da unidade de Itacoatiara, Soraia Tatikawa, a disciplina é uma forma de ampliar a formação médica e reforçar o compromisso da instituição com a inclusão. “Ensinar Libras aos nossos estudantes é investir em profissionais mais preparados e conscientes do seu papel social. Esse aprendizado reflete diretamente na qualidade do atendimento que eles oferecerão à comunidade”, afirma.

Segundo o professor Roberto Nascimento, responsável pela disciplina em Manacapuru, o ensino da libras vai além da sala de aula, com atividades práticas em parceria com a comunidade surda local, que reúne cerca de 86 pessoas no município. “A disciplina busca garantir um atendimento mais qualificado, permitindo que os profissionais de saúde coletem informações precisas sobre os pacientes e possam contribuir para diagnósticos, tratamentos e prevenção de doenças de forma mais completa e inclusiva”, explica.

Em Manacapuru, os alunos participam de vivências diretas com a comunidade, como o “batismo em Libras”, momento em que cada estudante recebe um sinal único que o identifica na comunicação em língua de sinais.

Para o estudante de medicina, Rai Oliveira, do 4º período, a disciplina traz uma experiência única. “A grande maioria dos profissionais de saúde não sabe o básico de Libras. Como acadêmicos, temos que aproveitar a oportunidade de aprender pelo menos o necessário para que uma pessoa surda seja atendida e compreendida dentro do consultório. O que mais me marcou foi o batismo em Libras, em que fomos apresentados formalmente à comunidade”, relata.

Na unidade de Itacoatiara, os estudantes também têm a oportunidade de vivenciar a importância da inclusão na prática. A aluna Auren Nogueira, do 5º período, afirma que aprender libras é um ato de respeito e acessibilidade. “A comunicação é o cerne da relação médico-paciente. Quando não há essa compreensão, o atendimento pode ser falho. Aprender libras nos permite oferecer um diagnóstico mais preciso e fortalecer a confiança com o paciente”, destaca.

Entre as experiências mais marcantes, Auren lembra da participação em um projeto escolar de horta que envolveu alunas surdas. “Elas se sentiram incluídas, participaram ativamente e agradeceram ao final. Foi um momento emocionante, que mostrou como a comunicação e a acessibilidade podem transformar realidades”, conta.

Ao unir teoria e prática, a disciplina de Libras nas unidades Afya não apenas amplia o conhecimento dos estudantes, mas também reforça a responsabilidade social da instituição no Amazonas. Para a diretora da unidade de Manacapuru, Karen Ribeiro, o impacto vai além da formação acadêmica. “A aproximação com a comunidade surda mostra aos alunos que a medicina é, acima de tudo, acolhimento. É esse olhar humanizado que queremos estimular em cada futuro médico formado pela Afya”, destaca.

 

 

A CRÍTICA*

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