As comemorações de Natal começaram oficialmente na Venezuela nesta terça-feira (1º). Este é o segundo ano consecutivo em que a data, tradicionalmente celebrada em dezembro, é antecipada pelo governo de Nicolás Maduro para outubro.
O anúncio da mudança foi feito em 8 de setembro, no programa semanal de televisão “Con Maduro +”, exibido pela emissora estatal VTV. Na ocasião, Maduro disse que a decisão busca unir o povo e estimular a economia.
“Mais uma vez neste ano, o Natal começa em 1º de outubro com alegria, comércio, atividade, cultura, canções natalinas, danças e comidas tradicionais”, declarou o presidente. Ele afirmou ainda que a medida defende o “direito à felicidade” dos venezuelanos.
Apesar de inusitada, a prática de adiantar o Natal não é inédita no país. Durante a pandemia de Covid-19, em 2020 e 2021, Maduro já havia mudado o calendário festivo para tentar animar a população.
Em 2024, a data também foi antecipada, naquele momento em meio à crise política que se seguiu às eleições presidenciais de julho, marcadas por denúncias de fraude feitas pela oposição e reconhecidas por parte da comunidade internacional.
Conflito com os EUA
Neste ano, o decreto de antecipação do Natal ocorre em outro contexto. Nas últimas semanas, Venezuela e Estados Unidos protagonizam um cenário de tensão militar com mobilização de tropas e armamentos.
Os EUA enviaram navios de guerra para o Caribe sob pretexto de uma missão de combate ao narcotráfico. Pelo menos três barcos venezuelanos foram destruídos pelas tropas norte-americanas, resultando em mais de dez mortes.
O governo de Donald Trump também dobrou a recompensa oferecida pela captura de Maduro, atualmente fixada em US$ 50 milhões. Washington acusa o presidente venezuelano de chefiar o Cartel de los Soles, organização criminosa supostamente ligada a militares de alto escalão. Caracas nega as acusações.
Diante desse cenário, a vice-presidente Delcy Rodríguez afirmou que Maduro já tem pronto um decreto de estado de exceção para ser acionado em caso de ataque dos EUA. A medida concede poderes especiais ao presidente em situações de conflito.
Enquanto aumenta o envio de tropas para as fronteiras, o governo venezuelano também convocou cidadãos a integrarem milícias voluntárias e participar de exercícios militares pelo país.
Fonte: R7