Pela sexta vez em sua história, a Instituição Cultural e Educacional Arte Sem Fronteiras – ASF vai pisar no palco do maior espetáculo à céu aberto do mundo: a Ilha da Magia. Nesta sexta-feira, 27, a companhia de dança inicia mais uma participação no Festival Folclórico de Parintins, onde vai compor o bloco cênico-coreográfico do boi-bumbá Caprichoso na grande festa tupinambarana.
Neste ano, a companhia entra no bumbódromo com um elenco estrelado de artistas renomados no Brasil e mundo afora, com bailarinos e produtores de carreiras consolidadas no cenário local, nacional e até do exterior, promovendo uma rica troca de experiências e um intercâmbio cultural através do boi-bumbá.
Natural de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, o bailarino Marcos Borges terá a inédita experiência de atuar no bumbódromo de Parintins. Fã da grande festa tupinambarana, o artista de 31 anos conta que a paixão pelo festival começou a partir de um projeto escolar sobre folclore.
“Comecei a pesquisar sobre Parintins em 2018, quando era professor de artes numa escola lá na minha cidade e precisei produzir um projeto sobre folclore. Mas não queria fazer o mesmo de sempre como a mula-sem-cabeça, saci-pererê e aí escolhi Parintins. Fiquei fascinado quando descobri o festival”, afirma Marcos, que também é graduado em artes visuais e especialista em gestão pública para cultura na cidade baiana.
Há uma semana na Ilha da Magia, o baiano confessa que está encantado com a energia da cidade no período do festival e aproveitou para agradecer ao diretor do Arte Sem Fronteiras, Wilson Júnior, pela oportunidade de se apresentar no maior evento cultural do Brasil.
“Confesso que estou extasiado com essa experiência única na vida. Estou explodindo por dentro de tanta intensidade desse momento único que é participar dessa grande festa. A cidade tem um calor maravilhoso que aquece o coração, eu estou muito feliz, ansioso e só tenho a agradecer ao Wilson por me proporcionar essa incrível experiência”, pontuou.
Visibilidade internacional
Fundadora do maior festival de música brasileira do Canadá, o Toronto International Brazilfest, a produtora Arilda de Oliveira, 58, foi convidada para integrar a equipe de produção do Arte Sem Fronteiras no Festival de Parintins. A mineira de 58 anos vem agregando toda a sua experiência internacional para promover o trabalho do ASF junto ao Boi Caprichoso para o mundo.
“Como produtora cultural, está sendo uma oportunidade única poder fazer essa conexão da maior manifestação cultural para o público de fora. Nós, brasileiros que vivemos fora do Brasil, sentimos essa carência da ligação com as nossas raízes e poder levar o nosso trabalho para outras partes do mundo é magnífico”, afirmou Oliveira.
Por fim, Arilda afirma que a missão do ASF é levar todo um trabalho artístico e de questão cultural para todas as partes do mundo.
“A minha expectativa é de muita emoção. Estou animada para ver o público se encantar com o que temos de mais precioso: nossa arte, nossa história, nossa identidade. O Arte Sem Fronteiras não é somente uma apresentação, é representação de um ato de resistência cultural e de celebração da cultura nortista e amazônida para o cenário internacional”, finalizou.
Projeto Boi de Quilombo
A participação do Arte Sem Fronteiras no Festival Folclórico de Parintins faz parte do projeto Boi de Quilombo – Conexão Festival Folclórico de Parintins, que visa desenvolver um trabalho com – e a partir – da cultura indígena e afro-brasileira, por meio da técnica de dança “boi de quilombo”, desenvolvida e idealizada por Wilson Júnior, que é mestre em dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Por incentivar o fomento, difusão e valorização da cultura afro-brasileira e indígena dentro do Norte do país, sobretudo no Amazonas, o projeto foi um dos selecionados pelo Edital Macro de Chamamento Público n° 002/2024 – Dança, da Prefeitura de Manaus, e contemplado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab) de fomento à cultura, realizado pelo Concultura, com o apoio do Ministério da Cultura e do Governo Federal.