O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu na manhã desta quinta-feira (18) à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) para o cumprimento da ordem judicial de instalação de tornozeleira eletrônica. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro e ao Partido Liberal, em Brasília.
Além do monitoramento eletrônico, Bolsonaro deverá seguir uma série de restrições, entre elas, o recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 7h, inclusive aos fins de semana e feriados. O ex-presidente está proibido de manter contato com outros investigados, utilizar redes sociais e se comunicar com diplomatas estrangeiros. Durante a ação policial, agentes apreenderam R$ 77 mil em espécie (cerca de US$ 14 mil), um celular e um pen drive escondido em um banheiro da residência de Bolsonaro.
A defesa do ex-presidente manifestou “surpresa e indignação” diante das medidas, classificando-as como severas e desproporcionais. Os advogados alegam que Bolsonaro sempre se colocou à disposição da Justiça e criticam a ausência de risco concreto que justificasse as restrições. A decisão de Moraes se baseou em indícios de obstrução às investigações e na possibilidade de tentativa de fuga para o exterior, apontadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República.