“Oceanos”, espetáculo produzido pelo grupo Garfo na Tomada, que conta com a organização de alunos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), estreia no
próximo sábado (1º/11), com entrada gratuita, a partir das 19h, no Centro Cultural Casarão de Ideias, localizado na rua Barroso, 279, Centro. A sessão irá disponibilizar intérprete de Libras. Além desta data, outras duas apresentações serão realizadas nos dias 15 de novembro e 6 de dezembro, no mesmo horário e local.
Voltado para o público infantojuvenil, “Oceanos” conta a história de uma família naufragada que busca a todo custo entender a sua própria existência. E tudo isso ocorre por meio de inspirações em músicas do álbum “Aprender a nadar”, de Jards Macalé, uma narrativa não-linear e a presença de aforismos, frases curtas que resumem uma verdade, nos diálogos do espetáculo.
Para Cris Jardim, aluna do curso de Teatro da UEA, que assina a direção do espetáculo e está no elenco, o álbum “Aprender a nadar” serve como pano de fundo à narrativa por meio de diálogos que transitam por partes de suas canções, que de forma poética enfatizam a construção das relações entre os personagens de “Oceanos”. Paulo Tiago, que assina a dramaturgia da peça e é assistente de direção, completa: “o Jards fala que, apesar de tudo, vale a pena ser poeta e encontrei, na obra deste músico, o encaixe perfeito para escrever meus enunciados aforísticos aqui em Manaus”.
Ao falar sobre as inspirações para a montagem do espetáculo, Jardim diz que foram utilizadas diversas referências ao universo marítimo como a literatura, lendas, animais e atletas. Dessa forma, Cris Jardim dá vida à “Sereia”; Eila Cecília é a “Boneca-Semiótica”; Leri é o “Nadador”; e Miro Messa é o “Capitão”.
Já a equipe técnica de “Oceanos” conta com: Felipe Fernandes Saterê (produção de objeto de cena), Ivana Andrade (maquiagem e produção técnica), Magga Rocha (operação de som), Mario Jorgi (assistente) e Mika Hakkinen (maquiagem). Cris Jardim também realiza a caracterização com Paulo Tiago que, também, assina a produção-executiva e a operação de luz. Geisy Duarte é intérprete de libras. A assessoria de imprensa é de Juliana Lira e Walter Franco.
Sobre o processo de direção de “Oceanos”, Cris Jardim afirma que está sendo uma experiência diferente. “É a primeira vez que me coloco, de fato, como atriz e encenadora”, diz, ressaltando o apoio de Paulo Tiago nesta função, onde eles avaliam os conflitos e decisões à medida que os ensaios vão fluindo com a contribuição do elenco.
Sobre a escrita de “Oceanos”, Paulo Tiago diz que começou a escrever quando iniciou o seu tratamento para saúde mental. “Estava muito debilitado e não conseguia encontrar inspiração para continuar produzindo teatro”. Na medida que o tratamento progrediu, ele trouxe referências do Teatro de Aforismos, memórias de uma excursão que fez pelo Brasil, em 2022, e a inclusão de lembranças de sonhos que ocorreram durante o processo de escrita do espetáculo.
Para a estreia de “Oceanos”, no próximo sábado, Cris Jardim diz estar muito ansiosa. “Acredito que vamos navegar em muitos mares e conquistar o nosso lugar no pódio do coração de cada um que for nos assistir.” Já para Paulo Tiago, ele diz que não quer pensar muito em suas expectativas para a apresentação e que espera conseguir fazer um bom trabalho junto da equipe da peça.
O espetáculo “Oceanos” é realizado com o apoio do Governo do Estado do Amazonas, Conselho Estadual de Cultura, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, bem como do Governo Federal, por meio da Política Nacional Aldir Blanc 2024.
Sobre o Garfo na Tomada
Surgiu em 2019 com o intuito de produzir projetos e experimentações artísticas como performances, espetáculos e projetos audiovisuais e tem como primeiro trabalho a montagem do texto “A jaula”, de Elizeu Melo, apresentado no Circuito Palco Manaus na Cia. Trilhares em outubro de 2019. O espetáculo fez temporada em 2020 no Casarão de Ideias e, posteriormente, foi contemplado no prêmio Manaus de Conexões Culturais da Manauscult fazendo quatro apresentações no Centro Cultural Uatê.
Em 2021, colaborou com o espetáculo “Play” (direção de Paulo Tiago), de Samuel Beckett, na sua temporada no Centro Cultural Barravento. Em 2023 iniciou o projeto da montagem infantojuvenil “O sonho de Savana” e em 2024 encabeçou o projeto “Urutau”, do acadêmico Elias Difreitas, apresentando na Escola Superior de Artes e Turismo (Esat/UEA) e Casarão de Ideias.

