O cantor Digão, vocalista e guitarrista da banda Raimundos, foi alvo de críticas neste fim de semana após publicar uma mensagem polêmica sobre a morte da brasileira Juliana Marins, que caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. A postagem foi feita nos stories do Instagram e repercutiu negativamente nas redes sociais.
Na imagem publicada por Digão, aparece a mochila utilizada por Juliana durante a viagem. Um dos itens presos ao acessório era um broche com a inscrição “Ele não”, slogan associado a opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral de 2018.
Ao compartilhar a imagem, o cantor escreveu: “Quando o mundo dá a volta, não adianta chorar e fingir surpresa. #ELESIM mandou o foda-s* pra vocês!”. A mensagem foi amplamente interpretada como um comentário político de teor irônico em relação à morte da jovem.
A publicação gerou forte repercussão negativa. Usuários do X (antigo Twitter) reagiram com indignação. “O Digão dos Raimundos é um ser deplorável”, escreveu um perfil. “Bolsonarista Digão, da banda Raimundos, atacou Juliana Marins, vítima de um acidente fatal em um vulcão na Indonésia. Um verdadeiro canalha! Lixo humano”, publicou outro usuário da plataforma.
O que aconteceu com Juliana Marins
Juliana Marins desapareceu no sábado, 21 de junho, após se separar do grupo com o qual fazia uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. A brasileira teria caído de um penhasco e foi vista pela última vez em imagens de drone, na segunda-feira (23), sentada e imóvel a cerca de 500 metros abaixo do ponto principal da trilha.
A família da jovem utilizou as redes sociais para pedir celeridade nas buscas e pressionar as autoridades locais por uma operação de resgate. O corpo de Juliana foi localizado, mas os socorristas levaram cerca de quatro dias para içá-lo até o topo da montanha, a uma altura aproximada de 650 metros. A confirmação da morte ocorreu na manhã de terça-feira (24), por meio de publicações feitas pela família nas redes sociais.
Vaquinha para voluntário que participou das buscas foi cancelada
Nos dias seguintes ao resgate, uma campanha de arrecadação de fundos foi criada para Agam Rinjani, voluntário indonésio que ajudou nas buscas por Juliana. A iniciativa arrecadou mais de R$ 522 mil, mas foi cancelada no domingo (29), após críticas à taxa de 20% cobrada pela plataforma Voaa. Segundo os organizadores, os valores doados serão devolvidos de forma automática aos contribuintes, a partir desta segunda-feira (30).
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