O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve analisar, na manhã desta quarta-feira (25), propostas que visam ampliar o uso de combustíveis renováveis no Brasil. A pauta principal será o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina, de 27% para 30%, e do biodiesel no diesel, de 14% para 15%.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a medida tem como objetivo enfrentar a instabilidade do mercado internacional de combustíveis, provocada principalmente pela guerra no Oriente Médio entre Israel e Irã. A elevação das misturas visa reduzir a dependência de combustíveis fósseis, minimizar a necessidade de importações e diminuir a volatilidade dos preços internos.
“A medida amplia o uso de combustíveis renováveis produzidos no Brasil, contribui para a redução de emissões e fomenta o desenvolvimento econômico nacional”, informou o ministério em nota.
As discussões sobre o tema se intensificaram no início da semana, com reuniões no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
No caso do biodiesel, o aumento de 14% para 15% estava previsto para ocorrer em março, mas foi adiado por preocupações inflacionárias. Agora, o avanço dessa pauta ganha força como resposta à crise internacional e à necessidade de fortalecer a cadeia de energias renováveis.
Representantes da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), além de grupos empresariais como Oleoplan e Potencial, marcaram presença em frente ao Ministério de Minas e Energia nesta quarta-feira. Caminhões foram estacionados na Esplanada dos Ministérios para chamar atenção à importância da decisão.
Para Juan Diego Ferrés, presidente da Ubrabio e diretor da Granol, a mudança representa uma oportunidade estratégica. “Estamos diante de uma oportunidade real de transformar o biodiesel em um vetor de crescimento econômico e posicionamento global do Brasil na transição energética”, afirmou.
Donizete Tokarski, diretor-superintendente da Ubrabio, destacou o impacto social da medida. “Fortalece a cadeia produtiva, gera empregos, distribui renda no campo e na indústria, e contribui concretamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa”, disse.
A decisão final sobre o aumento das misturas será definida pelo colegiado do CNPE ainda nesta quarta-feira.
