O Tribunal de Justiça de São Paulo acolheu a denúncia do Ministério Público contra o empresário Celso Henrique de Oliveira Yamashita, que agora responde a um processo por crime de racismo. A acusação se baseia em um comentário feito pelo empresário em um grupo de WhatsApp, após a atriz Taís Araújo criticar o então presidente Jair Bolsonaro.
O empresário escreveu: “É uma infeliz. Maldita Princesa Isabel”, a declaração causou indignação entre os moradores do condomínio em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, onde foi feita. Um dos moradores apresentou uma queixa ao Ministério Público, que resultou em uma investigação policial.
Conforme a promotora Vanessa Santa Terra, o comentário de Yamashita faz referência direta à Lei Áurea e insinua que, sem essa lei, pessoas negras não teriam direito de expressar suas opiniões após mais de 350 anos de escravidão no Brasil.
Segundo o colunista Rogério Gentile, do UOL, durante a investigação policial, a defesa de Yamashita afirmou que o comentário era apenas uma “brincadeira”. O advogado Mamede Neto declarou que o empresário tem um humor sarcástico e que a frase não teve a intenção de ofender.
O advogado também criticou o morador que fez a queixa, chamando-o de “desocupado”, e argumentou que no convívio social é comum o uso de termos como “negão” e “magrelo” sem intenção de injúria ou racismo.
A juíza Maria Letícia Buassi ordenou a citação formal do réu, que terá a oportunidade de apresentar sua defesa antes do julgamento. Se condenado, Yamashita poderá enfrentar uma pena de um a três anos de prisão, além de uma multa.