O módulo de uma das alegorias do Boi Caprichoso para o Festival Folclórico de Parintins pegou fogo no fim da manhã desta sexta-feira (20), na área de concentração atrás do bumbódromo do município. Ninguém ficou ferido.
Segundo apurado pela Rede Amazônica, a alegoria é do artista Juscelino Ribeiro e trata-se de um ritual indígena que será representado pelo Caprichoso no festival.
Ao g1, o Boi Caprichoso informou que os trabalhadores do bumbá azul e branco, junto a trabalhadores do Boi Garantido e militares do Corpo de Bombeiros, conseguiram controlar o incêndio.
Segundo os bombeiros, quatro militares e uma viatura com capacidade para cinco mil litros de água foram deslocados para a ocorrência.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o presidente do Caprichoso, Rossy Amoedo, informou que os artistas já estão trabalhando para recuperar os danos.
“Houve um princípio de incêndio, ele foi controlado e nossos artistas estão empenhados em recuperar. Nós temos ai bastante tempo pra fazer com que essa alegoria fique perfeita como saiu do barracão”, disse.
Rossy também agradeceu o apoio de trabalhadores do rival em um momento de tensão.
“É muito importante ver esse lado do respeito e carinho que um artista tem pelo outro. A gente, em um momento de tristeza, fica feliz de ver uma atitude tão bonita como essa”, concluiu.
Festival de Parintins
O 58º Festival de Parintins acontece nos dias 27, 28 e 29 de junho, no Bumbódromo, palco da tradicional disputa entre os bois-bumbás Caprichoso e Garantido.
- O Caprichoso entra na arena em busca do tetracampeonato com o tema “Cultura: o Triunfo do Povo – É tempo de retomada”.
- Enquanto o Garantido apresenta o tema “Boi do povo, boi do povão”, reforçando suas raízes populares.
- A expectativa é que mais de 100 mil turistas desembarquem em Parintins para acompanhar a festa.
Para ilustrar musicalmente o tema que cada boi leva para a arena, as agremiações lançam, anualmente, um álbum com em média vinte toadas (músicas). Durante o espetáculo, no entanto, o bumbá é livre para utilizar toadas tanto de anos anteriores como do álbum atual.
Cada boi tem o tempo mínimo de duas horas de apresentação e o tempo máximo de 2 horas e 30 minutos. Enquanto um se apresenta, a ‘galera’ do outro boi, nome dado a torcida da agremiação, deve permanecer em silêncio. Caso haja manifestação da outra parte, o boi pode ser punido.
O espetáculo de cada boi no Bumbódromo é complexo e envolve 21 quesitos, além de outros segmentos não julgados, como Pai Francisco, Mãe Catirina e Gazumbá – personagens folclóricos do “Auto do Boi-Bumbá”.
Os itens são divididos em blocos, de acordo com suas características. O “Bloco A” compreende quesitos comuns e musicais; o “Bloco B”, itens relativos à cenografia e coreografia; e o “Bloco C” reúne a parte artística do evento. Vence o festival o boi que acumular mais pontos no somatório de todos os blocos em todas as noites.
*G1