UM DOS POLICIAIS MORTOS DURANTE CONFRONTO NO ALEMÃO E PENHA TINHA DOIS MESES NA CORPORAÇÃO

O policial civil Rodrigo Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna), foi um dos policiais mortos durante a megaoperação deflagrada nesta terça-feira nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. Segundo colegas de corporação, Rodrigo tomou posse há dois meses e era considerado um profissional promissor. Durante o confronto, ele levou um tiro na nuca.

Quem era o policial?

Nas redes sociais, o policial compartilhava momentos de sua vida fora do trabalho — viagens com a esposa e a filha, brincadeiras em família e idas ao estádio Nilton Santos para acompanhar o Botafogo, time do coração. Em quase todas as fotos, aparecia sorridente, cercado pela família.

Rodrigo era descrito pela esposa como “o melhor pai, marido e amigo”. Em fevereiro de 2024, ela publicou um vídeo e uma homenagem pelos 16 anos de relacionamento. A mensagem, acompanhada de fotos do casal e da filha, ganhou novo peso após a notícia da morte. Ela escreveu:

“Hoje sinto vontade de agradecer. Agradecer a você, a Deus, à vida, ao universo pelos últimos 16 anos que vivemos juntos. Nossa vida juntos é muito mais do que alguma vez sonhei ter, e tudo que já compartilhamos deixa meu coração orgulhoso. Me sinto muito abençoada por ter você ao meu lado. Te amo, e vou te amar para sempre! Disso pode ter certeza, e cada dia que passa amo mais e mais.”

Rodrigo é o segundo policial civil morto na operação que mobilizou 2,5 mil agentes para combater o avanço territorial do Comando Vermelho (CV) e prender lideranças do tráfico do Rio e de outros estados. A ação, batizada de Contenção, também deixou ao menos cinco feridos, entre eles um delegado e um policial do Bope.

Quem são os baleados em operação no RJ

  • Marcos Vinicius Cardoso Carvalho – policial civil da 53ª DP (Mesquita) que era conhecido como Máskara. Ele morreu no Hospital estadual Getúlio Vargas
  • Policial civil da 39ª DP (Pavuna) – morto momentos após chegar ao Hospital Getúlio Vargas
  • Três policiais civis – lotados na 38ª DP (Irajá), na 26ª DP (Todos os Santos) e na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE)
  • Cinco policiais militares
  • 18 suspeitos mortos, entre eles dois homens apontados como traficantes vindos da Bahia
  • Quatro moradores

Um cabo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi o primeiro a ser atingido durante o confronto. Ele estava numa região de mata conhecida como Vacaria e foi ferido de raspão, segundo a PM. O agente foi levado para o Hospital Central da corporação. Estão feridos ainda um morador em situação de rua que não foi identificado, e outros três moradores: Fernando Vinícius Lopes, Kelma Rejane Magalhães e Daniel Mello dos Santos. Kelma estava numa academia quando foi atingida na região dos glúteos. Todos têm estado de saúde estável.

Quem são os presos em operação no RJ

Um dos presos é o operador financeiro de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como um dos principais chefes da cúpula do CV na Penha. O outro é Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos braços armados de Doca.

*O Globo

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