O caso envolvendo o cantor Diego Damasceno, acusado de agredir a namorada Kaline Milena, ganhou novos desdobramentos após a própria vítima, de 30 anos, afirmar em uma live que foi manipulada a escrever a carta que inocentou o artista. Kaline afirmou ter sido convencida por amigos e pela defesa de Diego a mudar seu depoimento por medo de que o ex-companheiro fosse morto na prisão.
Durante a transmissão ao vivo com a advogada Adriane Magalhães, que anteriormente representava Kaline, a vendedora relatou ter sido levada no último fim de semana a uma fazenda em Manacapuru, onde, segundo ela, sofreu pressão psicológica e manipulação emocional sob pretextos religiosos para recuar da acusação contra o cantor. Lá, ela foi apresentada virtualmente à advogada de Diego, Leiliane Nóbrega, e se comprometeu a ajudá-la, temendo pela vida do ex-namorado.
Kaline contou que foi instruída pelas advogadas Leiliane e Leidy Pacheco, ambas ligadas à defesa de Diego, a escrever uma carta a próprio punho pedindo o fim do processo. O texto, segundo Kaline, foi redigido pelas defensoras e ela apenas o transcreveu. No documento, apresentado à Justiça no dia 15, Kaline afirmava que havia se arrependido da denúncia, que agira por raiva e que teria sido influenciada a expor o caso na mídia.
O conteúdo da carta pesou na decisão da juíza Ana Gazzineo, que, diante da ausência de novas declarações em audiência e da retratação da vítima, absolveu Diego por insuficiência de provas. A sentença também revogou a prisão preventiva e as medidas protetivas contra ele.
No entanto, Kaline voltou atrás. Emocionada, ela disse ter sido usada. “Eu queria apenas tirá-lo da cadeia, mas não sabia que isso o inocentaria de tudo. Me disseram o que escrever, usaram minha fé, meus sentimentos e me colocaram contra mim mesma. Me arrependo profundamente”, afirmou.
A advogada Adriane Magalhães, que reassumiu o caso, afirmou ter em mãos conversas por mensagens que comprovariam a atuação indevida das defensoras de Diego. Segundo ela, Kaline foi vítima de coação, manipulação e também de estelionatários que se passaram por membros de facções criminosas, exigindo dinheiro para “proteger” Diego na prisão. Kaline chegou a transferir R$ 1,2 mil acreditando nas ameaças.
Adriane anunciou que levará as provas ao Ministério Público, à Justiça e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Há evidências claras de que Kaline foi orientada e coagida. Isso não pode ser normalizado. Estamos diante de um grave caso de manipulação judicial e revitimização”, afirmou.
A repercussão do caso tem gerado indignação, especialmente entre movimentos de apoio às vítimas de violência doméstica. A comemoração da absolvição por parte da defesa de Diego, divulgada em vídeo nas redes sociais, aumentou ainda mais as críticas.
Agora, o caso pode voltar à estaca zero, com novas investigações sobre a conduta das advogadas e a possível reabertura do processo contra Diego, à luz das revelações feitas por Kaline.
*Fonte: Portal Tucumã