Durante a abertura da 5ª Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres, com a presença da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e de diversas autoridades e companheiras, fui publicamente desrespeitada pelo vereador José Ricardo, no exato momento em que me aproximei para cumprimentá-lo. Em vez de um gesto de cordialidade, recebi acusações infundadas relacionadas ao processo de eleição interna do Partido dos Trabalhadores. Diante disso, optei por me afastar e retornar ao meu lugar. No entanto, não posso me calar.
As divergências políticas existem, mas devem ser tratadas com responsabilidade e respeito. Jamais podem ser transformadas em ataques pessoais, sobretudo em espaços públicos e institucionais. Sempre pautei minha atuação com diálogo e civilidade, respeitando todas as tendências internas do PT. É inadmissível que, justamente em uma conferência dedicada às mulheres, um vereador do nosso partido se comporte de forma agressiva e desrespeitosa, expondo uma companheira em um momento de construção de políticas públicas para as mulheres.
Minha trajetória política é marcada pela defesa de um espaço seguro para as mulheres, especialmente na política. Não aceitarei ser constrangida ou repreendida por nenhum homem, nem em público, nem em privado.
Divergências eleitorais internas são legítimas. Agressões verbais, não. O mínimo que se exige dentro de um partido que se propõe democrático e feminista é o respeito.
Como secretária nacional de Mulheres do PT, registro aqui meu repúdio ao comportamento do vereador José Ricardo, que em nada condiz com os valores que defendemos de igualdade, democracia interna e enfrentamento a todas as formas de violência contra as mulheres, inclusive dentro da política.
Seguiremos firmes por um PT que seja, de fato, um espaço de acolhimento, respeito e participação igualitária.
Por Anne Moura*
Secretária Nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores
