O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, escreveu uma carta aberta aos fãs nesta terça-feira (09), diretamente da prisão, onde está detido há pouco mais de um mês. Acusado por crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, ameaça e lesão corporal, o artista usou suas palavras para expressar arrependimento, reforçar sua inocência em parte das acusações e desabafar sobre falsidade e abandono.
“Um leão ferido ainda é um leão. Ninguém prende quem tem a mente livre”, escreveu Oruam, dando início à mensagem publicada nas redes sociais. Em tom pessoal e com fortes referências religiosas, o rapper reconheceu seus erros e disse que a prisão o fez se reaproximar de Deus. “Fiquei famoso, ganhei o mundo… E me esqueci de Deus. Tive que ser preso pra voltar a falar com Ele”, afirmou.
Na carta, o artista também destacou o contraste entre sua fama e o momento atual de isolamento. Ele relembrou a infância marcada pelas visitas ao pai no presídio e relatou a dor de agora ocupar o mesmo lugar. “Sempre visitei meu pai na prisão, me acostumei a ser visita… E hoje, quando minha família vem me ver, o que mais quero é ir embora junto com eles.”
Apesar de admitir falhas, Oruam se mostrou indignado com a forma como está sendo tratado pela Justiça e pelos antigos amigos. “Estou pagando por erros, mas também sendo julgado de forma desigual, carregando acusações que não correspondem à minha verdade”, escreveu. “Fui leal a falsos amigos e máscaras caíram.”
A carta serviu também como um pedido de desculpas a seus fãs e familiares. “Nunca vou esquecer de quem estendeu a mão no momento em que eu mais precisei”, afirmou, agradecendo aos que continuam acreditando em sua recuperação. “Esse é o meu momento de rever meus erros, de refletir e de me levantar mais forte.”
Por fim, Oruam deixou claro que sua identidade está na música, não no crime. “Quero que entendam: eu sou um trapper, não um traficante”, finalizou, assinando com seu nome de batismo.