No dia 1º de agosto deste ano, a vida de Tássia Camila da Silva Batista, de 28 anos, mudou radicalmente. A jovem publicitária precisou ser internada às pressas no Instituto da Mulher Dona Lindu, na zona Centro-Sul de Manaus, após um quadro grave de hemorragia. O que parecia ser uma internação de rotina se transformou, na sala de cirurgia, no início de uma das batalhas mais difíceis de sua vida.
Durante o procedimento de emergência, os médicos identificaram dois tumores de grandes proporções. Um pesando aproximadamente 1 kg e outro ultrapassando os 2 kg. O resultado da biópsia, divulgado em 9 de setembro, confirmou o diagnóstico de carcinoma em estágio avançado.
“Fui para o centro cirúrgico com diagnóstico de hemorragia interna, mesmo com exames anteriores que não mostravam nada. Meu câncer evoluiu muito rápido. Os tumores estavam pressionando meus órgãos e cresciam em um ritmo assustador”, relatou Tássia ao Rios de Notícias.
Diagnóstico tardio e dores constantes
Desde a cirurgia, Tássia convive com dores intensas, que só cessam com o uso de morfina e outros opioides. Menos de um mês depois, uma nova ressonância revelou a presença de diversos nódulos, incluindo um que já compromete o baço.
“Meu laudo pede urgência. Meu caso é de metástase. Eu corro risco de morte”, afirmou.
Entraves no sistema público de saúde
Em busca de tratamento, Tássia procurou a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), na zona Centro-Oeste de Manaus. No entanto, enfrenta entraves burocráticos: sua consulta ainda está em análise e não há previsão para o início da quimioterapia.
“Eu preciso começar o tratamento agora. A Fundação não dá retorno, e o tempo está contra mim. Já tenho prescrição da oncologista particular, mas preciso de um hospital que possa me atender com urgência e do dinheiro para pagar o tratamento”, desabafou.Campanha solidária pela vida
Diante da demora, a publicitária e sua família lançaram uma campanha para arrecadar recursos. A meta inicial é de R$ 15 mil, valor necessário para custear seis sessões de quimioterapia e uma cirurgia.
“Minha família está se mobilizando como pode. Também tenho uma loja virtual, a @capypaper_, e toda compra feita lá ajuda diretamente no meu tratamento. Além disso, estou realizando uma rifa no valor de R$ 3,00”, contou.
As doações podem ser feitas via Pix: 92 99470-5899 (Tássia Camila).
A campanha tem sensibilizado familiares e amigos. “Estamos com o coração apertado, mas com muita fé em Deus de que ela vai vencer essa batalha. Deus está com ela. Vamos ajudar, entrem nessa onda do bem”, disse emocionada a psicopedagoga Nira Souza, madrinha de Tássia.Suspeita de negligência médica
Além da luta contra o câncer, Tássia denuncia falhas no atendimento médico anterior. Segundo ela, os tumores foram inicialmente diagnosticados como miomas por sua operadora de saúde.
“A Hapvida vinha acompanhando o caso e dizia que eram apenas miomas, que não afetariam minha saúde. Perdi meus filhos gêmeos por causa desses tumores. Eles não aprofundaram a investigação. Assim que estiver melhor, vou processar a operadora”, afirmou.
Em um episódio marcante, Tássia relatou que, durante uma crise de dor, procurou o pronto-socorro da operadora e teve sua queixa atribuída a um quadro psicológico. “A médica sugeriu que eu procurasse uma psicóloga. Eram sintomas do câncer e ninguém investigou a fundo.”
A REPORTAGEM entrou em contato com a Hapvida e com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM) em busca de posicionamento.
Nota da Hapvida
A empresa informou que, no momento, o plano de saúde da paciente encontra-se inativo. Ainda assim, declarou receber com atenção os relatos apresentados e reafirmou o compromisso de oferecer suporte em todas as situações. Segundo a operadora, a diretoria de acolhimento está “em contato com a beneficiária para garantir todo o apoio necessário neste momento”, permanecendo à disposição para esclarecimentos.
*Fonte: Portal Rios de Notícias