O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (25) uma ordem executiva que estabelece os termos para a venda das operações do TikTok no país. A medida faz parte do cumprimento da lei aprovada em 2024 que determina que aplicativos controlados por empresas de países considerados adversários, como a China, devem ser vendidos a grupos americanos ou enfrentam proibição em território norte-americano.
A operação do TikTok nos EUA passará a ser controlada por um consórcio de investidores americanos, incluindo as empresas Oracle, Silver Lake, e figuras como Michael Dell e Rupert Murdoch. A empresa chinesa ByteDance, dona do TikTok, manterá uma participação minoritária inferior a 20% e apenas uma cadeira no conselho administrativo, o que, segundo o governo, garante a limitação do poder chinês sobre a plataforma.
Entre os pontos mais sensíveis da negociação está o controle sobre o algoritmo de recomendação, considerado o principal ativo da rede social. Segundo a ordem assinada por Trump, o algoritmo deverá ser “reaprendido” e supervisionado por especialistas americanos para evitar qualquer risco de influência estrangeira. Além disso, o novo modelo de gestão terá que cumprir regras rigorosas de segurança de dados e transparência.
Apesar do avanço nas negociações, o acordo ainda depende da aprovação do governo chinês, já que a ByteDance é uma empresa sediada em Pequim. Também há expectativa de que o processo enfrente resistência legal e política dentro dos Estados Unidos, tanto por preocupações sobre liberdade de expressão quanto por dúvidas sobre a real eficácia das medidas para desvincular a empresa da China.
A decisão de Trump busca evitar um banimento imediato do TikTok, preservar o acesso à plataforma para milhões de usuários e, ao mesmo tempo, reforçar a soberania digital americana. O caso se tornou um símbolo das tensões tecnológicas e comerciais entre Estados Unidos e China, e pode servir de modelo para futuras ações envolvendo empresas estrangeiras em setores estratégicos.
