Nos últimos anos, uma nova e perigosa variação da cocaína tem chamado a atenção de autoridades antidrogas ao redor do mundo: a cocaína negra. Com aparência e propriedades bem diferentes da tradicional cocaína branca, essa substância é considerada mais potente, disfarçável e cara, tornando-se uma das favoritas do tráfico internacional para exportação.
O que é a cocaína negra?
A cocaína negra, também conhecida como cocaína preta, é uma variação modificada da droga. Sua principal característica é a coloração escura, quase preta, resultado da mistura da pasta-base de coca com substâncias como zinco, carvão, grafite e resinas. Essa combinação altera completamente a aparência, o cheiro e até a composição química da droga.
Por que ela é tão difícil de detectar?
Além da cor incomum, a cocaína negra é quase inodora, ou seja, não possui cheiro, o que a torna praticamente invisível aos cães farejadores. Outro detalhe que dificulta sua apreensão é que ela não reage ao teste químico preliminar, conhecido como teste do tiocianato (ou Tioseanato), utilizado normalmente por agentes da Receita Federal e da Polícia Federal.
Para dificultar ainda mais o trabalho das autoridades, a cocaína negra pode ser moldada em objetos, como peças plásticas ou partes de malas, funcionando como verdadeiro “camaleão” do tráfico. Só análises laboratoriais mais complexas conseguem confirmar a presença da droga.
Valor de mercado
Toda essa sofisticação tem um preço. Enquanto o quilo da cocaína tradicional custa cerca de R$ 25 mil no mercado brasileiro, o mesmo volume da cocaína negra pode alcançar até R$ 230 mil, segundo estimativas da Receita Federal. No exterior, esse valor pode ser ainda mais elevado.
Perigo maior à saúde
Especialistas apontam que a cocaína negra não é apenas mais disfarçada, ela também é mais potente e mais tóxica. A mistura com outras substâncias químicas potencializa os efeitos da droga no organismo, provocando euforia intensa, alterações de comportamento e rápida dependência química. O uso recorrente pode causar danos neurológicos, cardiovasculares e psiquiátricos graves.
Como ela surgiu?
Ainda não há consenso sobre onde exatamente a cocaína negra foi desenvolvida, mas investigações apontam que o método começou a ser usado por cartéis sul-americanos como forma de burlar a fiscalização em portos e aeroportos. A droga já foi interceptada em diferentes países da América Latina, Europa, Oceania e, mais recentemente, no Brasil.
*FONTE: PORTAL TUCUMÃ