DE VOLTA A LIMA: COMO ARRASCAETA, BRUNO HENRIQUE, FILIPE LUÍS E RODRIGO CAIO CHEGAM A NOVA FINAL DE LIBERTADORES PELO FLAMENGO

O momento histórico que o Flamengo vive na Libertadores, com a chegada à quarta final nas últimas sete temporadas, passa diretamente pela continuidade de ídolos que estão no grupo desde 2019. Contando com Arrascaeta e Bruno Henrique, dupla ainda em atividade, e Filipe Luís e Rodrigo Caio, aposentados dos gramados mas hoje integrantes da comissão técnica, o rubro-negro volta à mesma cidade de Lima (Peru) na qual fez história há seis anos.

Na primeira final em jogo único disputada na competição continental, o Flamengo venceu o River Plate por 2 a 1, de virada, com dois gols de Gabigol. Arrascaeta e Bruno Henrique, inclusive, construíram a jogada do primeiro lance. Já Filipe e Rodrigo compunham a linha de defesa titular. Todos foram contratados exatamente naquela temporada e representaram uma guinada na história rubro-negra.

— Estamos extremamente felizes por alcançar mais uma final de Libertadores. Quinta final da história do Flamengo, e tem jogadores desse elenco que vão jogar a quarta. Eu também. Três como jogador e uma como treinador. Me deixa muito orgulhoso. Pessoas que realmente fazem tudo pelo Flamengo. Quando cheguei aqui, em 2019, o Flamengo tinha uma final. Sozinho, não fiz nada. Mas fiz parte desse processo que começou lá em 2012, 2013, e que nos permite disputar mais uma final — disse o treinador Filipe Luís em coletiva.

Filipe Luís, técnico do Flamengo, em jogo contra o Racing — Foto: Luis ROBAYO / AFP
Filipe Luís, técnico do Flamengo, em jogo contra o Racing — Foto: Luis ROBAYO / AFP

Nos anos seguintes, o Flamengo retornou à final em 2021, quando perdeu para o Palmeiras, e em 2022, quando bateu o Athletico-PR. Agora, o clube tenta se tornar o primeiro tetracampeão brasileiro da Libertadores em todos os tempos — o primeiro título foi em 1981.

Dupla recordista

Aos 31 anos, Arrascaeta se tornou a referência do grupo, principalmente após a saída de Gabigol. Atualmente, veste a camisa 10 e usa a faixa de capitão, e tem sido mais do que o seu passado recente. Esta temporada é a mais artilheira de sua carreira, com 20 gols e 15 assistências em 54 jogos, além de ter superado a marca redonda de 300 partidas e 100 passes para gol.

Em campo, conseguiu superar alguns problemas físicos e se tornou um jogador que atua mais próximo à área, onde se preserva e demonstra o faro decisivo em muitos jogos. Soma-se a isso o papel mais aflorado de líder no vestiário. Até mesmo na seleção uruguaia, passou a receber elogios pelo ajuste de perfil.

Arrascaeta e Bruno Henrique fizeram Flamengo bater Vitória no Barradão — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Arrascaeta e Bruno Henrique fizeram Flamengo bater Vitória no Barradão — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

O camisa 27 passou por alguns percalços, como uma grave lesão no joelho direito em 2022 e o julgamento que encara no STJD por manipulação de resultados. Mesmo assim, nunca deixou de participar de momentos decisivos e ser ovacionado pela torcida, com quem apresenta forte identificação.

Juntos, Arrascaeta e Bruno Henrique são os jogadores com mais títulos na história do Flamengo: 15. A marca ainda pode ser ampliada nesta temporada, já que, além da Libertadores, o rubro-negro também briga pelo título do Brasileirão.

Professores

Filipe Luís se aposentou no final de 2023, com dez títulos conquistados e uma passagem de sucesso ao longo de cinco temporadas, após ter longa carreira no futebol europeu e na seleção brasileira. Um ex-lateral-esquerdo sempre considerado muito cerebral em campo, conviveu durante anos com a sugestão de que deveria se tornar técnico. A sucessão de carreira não demorou nem um pouco.

No início de 2024, Filipe assumiu o sub-17 do Flamengo, e no meio do ano já estava no sub-20, onde foi campeão mundial. A chegada relâmpago ao profissional foi oficializada no fim de setembro, quando Tite foi demitido. O que era para ser um período como interino virou um trabalho de mais de um ano e três títulos para o currículo: Copa do Brasil, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca. Apesar de ainda conviver com muitos questionamentos por seu um técnico de 40 anos em seu primeiro trabalho profissional, os resultados iniciam o tornam um dos mais promissores do país.

Rodrigo Caio antes do jogo entre Flamengo e Racing — Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Rodrigo Caio antes do jogo entre Flamengo e Racing — Foto: Adriano Fontes/Flamengo

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