Uma ação ambiental mobilizou entidades e voluntários em defesa da preservação dos igarapés da capital amazonense neste sábado (20). A iniciativa fez parte da Semana do Meio Ambiente da Aeroportos da Amazônia e chamou a atenção para os riscos que o descarte de resíduos sólidos pode ocasionar na aviação e ainda para a forma como o crescimento desordenado da cidade afeta a qualidade da água dos igarapés.
A mobilização, realizada no Dia Mundial da Limpeza, teve como objetivo conscientizar a população sobre o impacto do descarte irregular de lixo nos cursos d’água, em especial aqueles localizados no estorno do aeroporto Internacional Eduardo Gomes.
De acordo com Elisabete Cavalcante, coordenadora de Meio Ambiente da concessionária, a ação integra um conjunto de atividades educativas.
“Estamos na semana de meio ambiente, que é realizada na terceira semana de setembro, conforme a nossa sede, que fica na França. E dentre as atividades, nós realizamos esse dia em parceria com a Clean Up Day, que é um movimento que visa justamente a sensibilização, a educação ambiental, para a gente fazer o recolhimento dos resíduos e realmente conscientizar a população do impacto que se pode trazer para o meio ambiente e também para as nossas atividades aeroportuárias”, disse a coordenadora.
As frentes de trabalho se concentraram em igarapés no entorno do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, entre eles o igarapé Água Branca, cuja nascente fica dentro da área patrimonial do aeroporto e é um dos poucos ainda preservados em Manaus. Além da preservação, a ação buscou reduzir riscos para a aviação, já que o acúmulo de lixo atrai animais que podem comprometer a segurança aérea.
“A questão do resíduo causa um impacto muito grande para o meio ambiente, como todo mundo conhece, todo mundo sabe, mas ele causa um risco muito grande também para a operação do aeroporto. Uma das nossas atividades operacionais é fazer uma inspeção de asa, que é a nossa área de segurança aeroportuária, onde a gente faz uma inspeção para identificar pontos atrativos de fauna. E o descarte irregular de resíduos, as lixeiras viciadas, elas causam essa atração de fauna que pode gerar um acidente para o aeroporto, uma colisão com um urubu, com algo. Uma ave que pode trazer grandes empatos pra aviação, pra acidente, causando danos nas vidas”, relatou.
Além de voluntários, o movimento contou com a parceira da Cooperativa You Green e da ONG Mata Viva. Jó Farah, presidente da ONG, reforçou a necessidade de preservação dos igarapés de Manaus, mas em especial, a atenção da gestão pública para a degradação causada pelo crescimento desordenado da cidade.
“Eu acho que é muito importante a gente falar sobre esse assunto e agir. Falar é importante porque a gente brinca, a gente orienta, a gente fala sobre o assunto e explicando a importância desses sistemas para a cidade de Manaus que perdeu todos os igaratéis urbanos. Manaus é uma cidade que cresce espraiada, ela não cresce verticalmente, ela cresce se expandindo. E esse modelo de crescimento acaba levando muitas e muitas florestas, engaratéis, nascentes, que conseguem destruir tudo isso. Então a gente precisa falar sobre isso para pedir que as pessoas, que os administradores públicos tenham consciência na hora de emitir licenças. Para que eles não emitam licenças que vão degradar ainda mais”, disse Jó Farah.
A ação encerrou a Semana do Meio Ambiente da Aeroportos Amazonas e deve se repetir em novas edições, ampliando a participação da sociedade civil na preservação dos recursos naturais da capital.