Em 2024, segundo dados do ACNUR, 12,7 mil pedidos de refugiados venezuelanos foram aprovados no Brasil (ACNUR/Alexandre Pereira)
O relatório Refúgio em Números 2025, divulgado nesta sexta-feira, mostra que o Amazonas foi o segundo maior destino de solicitações de refugiados na região Norte, com mais de 3,4 mil pessoas de origens distintas pedindo para se asilarem no estado em 2024.
O documento é fruto de uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o Observatório das Migrações Internacionais (ObMigra) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Segundo o texto, 5,1% de todos os que solicitaram o status de refugiado em 2024 escolheram o Amazonas para se assentar. O principal destino da região Norte foi o estado de Roraima, com 24,1 mil de refugiados no último ano.
Os dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) apontam que esse número equivale a 35,6% do total. Depois do Amazonas, completam a lista da região os estados do Acre (1.397 pessoas, ou 2,1%), Pará (596 pessoas, ou 0,9%), Rondônia (368 pessoas, ou 0,5%), Amapá (120 pessoas, ou 0,2%) e Tocantins (59 pessoas, ou 0,1%).
A região Norte como um todo foi a que mais recebeu pedidos para entrada de refugiados no último ano: mais de 30 mil refugiados se deslocaram para um dos sete estados da região, o equivalente a 44,4% das solicitações autorizadas pelo Conare. A segunda região que mais recebeu solicitações foi a Sudeste, com 38,3% dos pedidos. A maioria delas se concentra no estado de São Paulo: 24,4 mil pessoas solicitaram refúgio com destino à unidade federativa.
“Os dados analisados nesta edição evidenciam a relevância do fenômeno no contexto brasileiro. Entre 2015 e 2024, o Brasil recebeu solicitações de refúgio de pessoas oriundas de 175 países, totalizando 454.165 pedidos de reconhecimento da condição de refugiado. Esses números que consolidam a posição do Brasil como um dos principais países receptores no cenário internacional”, diz um trecho do relatório.
Venezuela
A maioria dos pedidos veio de venezuelanos. O país, sob o comando de Nicolás Maduro, enfrenta uma crise econômica e migratória desde a última década. Dos 67,7 mil pedidos de refúgio no Brasil em 2024, 28,1 mil foram de venezuelanos. O segundo país que mais fez pedidos foi o Nepal: 10,2 mil solicitações.
Angolanos foram responsáveis por mais de 8,3 mil pedidos, seguido por cubanos (8,1 mil), outras nacionalidades (7,3 mil), colombianos (1,8 mil), indianos (1,3 mil), chineses (676), haitianos (670), vietnamitas (565) e nigerianos (525).
Apesar do número de pedidos, o Conare deferiu apenas 13,4 mil solicitações de reconhecimento da condição de refugiado no Brasil em 2024, o equivalente a 19,83% do total.
A CRÍTICA*
