As doenças respiratórias agudas voltam a preocupar o país, com 21 das 27 unidades da federação registrando incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em níveis de alerta, risco ou alto risco, segundo o boletim Info Gripe da Fiocruz divulgado em junho. O Amazonas está entre os estados com tendência de crescimento sustentado nas últimas semanas. Em 2025, já foram notificados 93.779 casos de SRAG no Brasil, sendo que mais da metade (50,5%) tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório.
As doenças respiratórias incluem desde resfriados comuns até condições mais graves como pneumonia e a SRAG, que comprometem o sistema respiratório e podem ter sérias consequências, especialmente em regiões com desafios de acesso à saúde. Nesse contexto, fortalecer o sistema imunológico torna-se uma estratégia importante de prevenção.
De acordo com a farmacêutica Vanessa Paiva, da rede Santo Remédio, a base para manter uma boa imunidade está em hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de exercícios e sono regular. “O ideal é buscar fortalecer a imunidade por meio de alimentos nutritivos e adotar um estilo de vida saudável. No entanto, nem sempre isso é possível, por isso, em alguns casos, profissionais de saúde podem indicar a suplementação vitamínica”, afirma.
Suplementos
A suplementação atua como aliada da resposta imunológica, principalmente quando há deficiência de nutrientes essenciais. “Vitaminas e minerais repõem nutrientes em déficit, auxiliando no funcionamento das células de defesa. A vitamina C, por exemplo, estimula a produção de glóbulos brancos, enquanto a vitamina D regula a resposta imune. Zinco e selênio combatem inflamações e replicação viral”, explica Vanessa.
Além desses, outros suplementos também podem contribuir para o fortalecimento da imunidade. Complexos de vitaminas do tipo E (antioxidantes) e do grupo B (reguladores imunológicos) são comuns, assim como produtos que combinam vários micronutrientes, como os polivitamínicos.
Atenção
Mas embora os suplementos vitamínicos sejam um importante aliado para o fortalecimento da imunidade, o uso indiscriminado pode ser prejudicial. Por isso, a Vanessa ressalta que nenhum tipo de fármaco deve ser administrado sem orientação profissional, mesmo quando não exige receita médica ou nutricional.
“Crianças, gestantes, idosos e portadores de doenças crônicas jamais devem usar suplementos por conta própria. Excesso de zinco causa intoxicação, e vitamina D em altas doses prejudica os rins. Sempre consulte um profissional para avaliar necessidades individuais”, orienta.
Atendimento
Ela também reforça o papel dos farmacêuticos nas drogarias como agentes de saúde de primeira linha. Esses profissionais estão habilitados a realizar triagens básicas, orientar sobre o uso correto de suplementos e encaminhar o paciente a um especialista quando necessário. “Pessoas que fazem uso contínuo de suplementos também podem contar com o farmacêutico para acompanhar a evolução do tratamento, ajustar dosagens quando necessário e identificar possíveis interações ou efeitos colaterais. Esse acompanhamento regular é essencial para garantir a eficácia e a segurança do uso prolongado”, conclui.