‘CÂNCER DO 11 DE SETEMBRO’ MATA MAIS DO QUE ATENTADOS AS TORRES GÊMEAS; ENTENDA

Vinte e três anos após os ataques terroristas que destruíram o World Trade Center, um inimigo invisível continua a matar, e em números ainda mais assustadores. Dados do Programa de Saúde do World Trade Center revelam que o número de mortos pelo “câncer do 11 de setembro”, relacionado às toxinas dos atentados, já supera o total de vidas perdidas no próprio 11 de setembro de 2001.

Enquanto 2.977 pessoas morreram no dia dos ataques, pelo menos 3.767 pessoas inscritas no programa de saúde já faleceram vítimas de cânceres diretamente associados à exposição tóxica durante e após o colapso das torres. O total de diagnósticos de câncer entre sobreviventes, moradores e socorristas chega a 48.579 casos.

“Câncer do 11 de setembro” veio de uma nuvem tóxica

Imediatamente após o desabamento, uma nuvem colossal de poeira tóxica tomou conta de Manhattan e partes do Brooklyn. Essa névoa mortal continha amianto, sílica, metais pesados e centenas de outros compostos cancerígenos, um coquetel que cerca de 400 mil pessoas inalaram e tocaram durante meses.

Os incêndios no Marco Zero queimaram até dezembro de 2001, liberando gases perigosos do “câncer do 11 de setembro” ainda em 2002. De acordo com os Centros de Controle de Doenças dos EUA (CDC), partículas ultrafinas permaneceram suspensas por semanas, penetrando profundamente no sistema respiratório de quem circulava pela região.

Seis tipos de cânceres

Os tipos de neoplasia mais frequentes entre os expostos incluem:

  • Câncer de pele não melanoma
  • Câncer de próstata
  • Câncer de mama
  • Leucemia
  • Linfomas
  • Câncer de tireoide, rim, bexiga e pulmão

Trata-se de doenças de longa latência, que podem levar décadas para se manifestar, o que explica o aumento contínuo de casos mesmo anos depois.

O legado de saúde do 11 de setembro vai além do câncer. O programa registra 17.093 casos de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), milhares de casos de depressão, ansiedade e síndrome do pânico, além de doenças respiratórias crônicas e refluxo severo.

Criado em 2011, o Programa de Saúde do WTC atende atualmente 132 mil pessoas, oferecendo desde exames preventivos até quimioterapia gratuita. No entanto, cortes federais recentes ameaçam seu funcionamento. Em abril, 16 funcionários foram demitidos – o que, segundo profissionais, já está causando atrasos no agendamento de consultas e tratamentos.

“Esses cortes vão atrasar diagnósticos e custar vidas”, alertou o enfermeiro Todd Cleckley, que luta contra o “câncer do 11 de setembro”, ao New York Post.

Conforme essa população envelhece, os especialistas preveem que o número de diagnósticos de câncer continuará subindo, transformando o 11 de setembro em uma tragédia de saúde pública de longo prazo – cujo saldo final de vidas perdidas pode levar anos para ser definitivamente contabilizado.

 

*FONTE: PORTAL TUCUMÃ

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