O açaí é o maior símbolo da gastronomia paraense. A qualidade do fruto produzido aqui no estado é reconhecida não somente por aqueles que vivem no Pará, mas também pelos turistas que vêm para esta região e comem o açaí com peixe, charque, farinha e outros acompanhamentos clássicos da culinária local. Mas além de ser muito saboroso, o fruto do açaí pode servir para a confecção de móveis, a exemplo dos biopainéis sustentáveis feitos pela empresa UNAI do interior do Pará.
E a polpa pode ser utilizada para desenvolver um azeite. É isso mesmo, você não ouviu errado. Pesquisadores do Laboratório de Tecnologia Supercrítica da Universidade Federal do Pará, sediado no Parque de Ciência e Tecnologia PCT Guamá, em Belém, desenvolveram um azeite extraído da polpa do açaí. Raul Carvalho, coordenador do Labtex, destaca que a iniciativa valoriza e agrega valor ao fruto.
“Desenvolvendo os novos produtos, novos insumos podem ser ser comercializado tanto para indústria de alimentos, como a indústria de cosmético e farmacêutico. O açaí, com a tecnologia associada, ele pode gerar vários empregos, renda e produtos para prateleira mundial. E a gente desenvolveu aqui dentro, é, o azeite do açaí, que é um azeite que tem uma importância muito grande para economia da região, porque é fruto de uma pesquisa que foi realizada dentro do Parque de Ciência e Tecnologia e que tá pronto para ir para o mercado”.
O açaí também é um alimento nutritivo. Ele auxilia na saúde cardiovascular e no equilíbrio do metabolismo. Muito além da gastronomia, o produto tem potencial para a indústria cosmética, podendo ser incorporado em shampoos, cremes hidratantes e sabonetes. Raul Carvalho ressalta a importância do açaí.
“Bom, o açaí é um um fruto da Amazônia, mundialmente conhecido pelo seu valor nutritivo, pelas antocianinas, pelo azeite, por tudo que ele, é, fornece de energia para o ser humano. O Pará envia açaí em forma de polpa para o exterior”.
A pesquisa sobre este fruto multifuncional é importante para a valorização da bioeconomia. O projeto da UFPA busca reduzir o descarte de resíduos na cadeia do açaí. Atualmente, cerca de 83% do fruto são eliminados após o consumo da polpa.
Referência em inovação na Amazônia, o Parque de Ciência e Tecnologia PCT Guamá é uma iniciativa do governo do Pará em parceria com a UFPA, Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, e gestão da Fundação Guamá. Localizado em Belém, o complexo é o primeiro parque tecnológico da região Norte e atua como um polo de estímulo à pesquisa aplicada ao empreendedorismo e à sustentabilidade.
AGÊNCIA BRASIL*