CUIDAR DA AMAZÔNIA É CUIDAR DO SEU POVO

Nestes dias, os olhos do mundo se voltam novamente para Parintins. No coração do Amazonas, entre sons, cores, crenças e disputas poéticas, acontece uma das mais belas celebrações da cultura brasileira: o Festival Folclórico de Parintins.
O Festival é o reflexo visível da alma amazônica. Ele resgata raízes, reafirma os valores das populações originárias e ribeirinhas, e transforma a floresta em vitrine planetária. Sua sedução estética não mascara sua potência política: é um chamado à valorização da Amazônia e de seu povo como parte de um mesmo ecossistema cultural e ambiental.

A responsabilidade das instituições públicas se torna ainda mais evidente. Cuidar da Amazônia é, antes de tudo, cuidar da sua gente — garantindo bem-estar, segurança, lazer e comunhão cidadã. E quem tem como missão o zelo pela aplicação dos recursos públicos não pode se furtar desse dever.

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) está em Parintins desde o dia 21 de junho, realizando ações de conscientização ambiental em parceria com instituições públicas e a sociedade civil. A presença do TCE não se limita à fiscalização: ela é também educativa, preventiva, dialógica.

A escuta é parte essencial do cuidado. A parceria com escolas públicas de Parintins nos enche de esperança. Unindo forças com a Seduc, Semed e Semmas, levamos educação ambiental para dentro das salas de aula, apoiando o trabalho de professores e gestores escolares que entendem que mudar a cultura ambiental de uma região começa com as crianças e os jovens.

Nosso compromisso ético é simples, mas essencial: quem cuida das contas, cuida das pessoas. Avaliar com rigor técnico os gastos públicos é também assegurar que esses recursos estejam sendo aplicados para garantir dignidade, saúde, cidadania e inclusão.
O cuidado ambiental não é um luxo, é uma urgência. É uma prioridade humana, que deve atravessar todas as esferas de gestão pública. E quando esse cuidado se realiza em sintonia com a beleza de um festival que revela ao mundo a inteligência simbólica da Amazônia, ele se reveste de ainda mais sentido.
Parintins nos lembra que a festa é também uma forma de resistência. E resistir, na Amazônia, é sobreviver com alegria, é defender a floresta em pé com justiça social, é somar esforços entre instituições para garantir que o amanhã — mais sustentável e mais justo — seja um direito de todos.

Yara Amazônia Lins
Conselheira-Presidente do Tribunal de Contas do Amazonas

Leia também

Leave a Comment