DA AMAZÔNIA PARA AS PRATELEIRAS: USO DE FITOTERÁPICOS EXIGE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Produtos à base de plantas como copaíba e ‘unha-de-gato’ crescem em popularidade, mas é preciso atenção quanto ao uso e procedência

A busca por tratamentos a partir de extratos vegetais, como plantas medicinais, é cultural no Brasil — especialmente na Amazônia, onde a biodiversidade é vasta. Hoje, esses produtos também estão disponíveis em farmácias, classificados como fitoterápicos, e podem auxiliar no alívio de dores leves ou atuar como calmantes. Apesar da simplicidade das fórmulas, seu uso deve ser feito com orientação profissional, pois o consumo indiscriminado, especialmente contínuo, pode causar danos à saúde.

Embora não exista um levantamento nacional que apresente um panorama completo sobre o uso de fitoterápicos, eles são reconhecidos e fiscalizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que mantém uma cartilha pública com informações detalhadas sobre o tema.

Segundo o supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, Jhonata Vasconcelos, a procura por fitoterápicos vem crescendo tanto entre consumidores que buscam alternativas preventivas quanto entre os que desejam complementar tratamentos convencionais. “Temos uma série de plantas medicinais na Amazônia, já conhecidas pela população, e esses produtos também estão presentes nas farmácias, da camomila à unha-de-gato”, afirma.
A camomila (Matricaria recutita) é conhecida pelo seu efeito relaxante e auxiliador da qualidade do sono. A unha-de-gato (Uncaria Tomentosa), por sua vez, é usada para reforçar o sistema imunológico. Outras grandes conhecidas são a passiflora (Passiflora Incarnata), que atua como ansiolítico leve, e a copaíba (Copaifera), que tem ação antimicrobiana e imunorreguladora.

Cuidados no uso
Para o supervisor da Santo Remédio, o primeiro passo para um consumo seguro dos fitoterápicos é verificar as informações no rótulo e a procedência do fabricante. A preferência deve ser por adquirir o produto em farmácias autorizadas pela vigilância sanitária local, onde a fiscalização garante que o produto siga todas as determinações da Anvisa.
“A presença do número de registro da Anvisa é um indicativo de que o produto passou por avaliação de qualidade. O consumidor precisa estar atento a isso da mesma forma que faria ao comprar um medicamento de prescrição”, orienta.
Na cartilha sobre fitoterápicos, a Anvisa aconselha que o paciente siga à risca o que diz a bula do produto. Um dos cuidados mais importantes está no armazenamento, pois alguns fitoterápicos podem ter as fórmulas modificadas ao interagirem com determinadas temperaturas. Também é importante sempre verificar a data de validade do produto.

Interações medicamentosas
Outro ponto de atenção está nas interações medicamentosas. Certos fitoterápicos podem alterar a ação de remédios tradicionais, como anticoagulantes, ansiolíticos ou antidepressivos, potencializando seus efeitos ou reduzindo sua eficácia.
Vasconcelos destaca que o acompanhamento profissional é indispensável, especialmente para quem já faz uso contínuo de medicamentos. “O ideal é sempre conversar com o farmacêutico ou o médico antes de iniciar o uso, mesmo que o produto seja vendido sem prescrição”, diz.

Foto: divulgação

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