DESCIDAS NO NEGRO DESACELERAM EM MANAUS E SOLIMÕES SOBE NO INTERIOR

A altura atual é mais de 7 metros além do registrado na mesma data em 2024 (Foto: Nilton Ricardo)

Nos últimos dias, as descidas do rio Negro em Manaus começaram a desacelerar. Segundo dados do Porto de Manaus, o nível vinha caindo 12 centímetros por dia desde o dia 18 de outubro, mas caiu para 8 centímetros nessa quinta-feira (23) e mais 9 centímetros nesta sexta-feira (24), chegando a 19,51 metros.

A altura atual é mais de 7 metros além do registrado na mesma data em 2024, ano em que o rio Negro chegou ao menor nível da história desde o começo da medição no início do século XX. Nesse período, o rio passava por fortes oscilações e viu sua altura cair para 12,11 metros já em novembro.

A queda no ritmo das descidas do rio Negro em Manaus é influenciada principalmente pelo Solimões, que já se encontra em franca subida na cabeceira em Iquitos, Peru, e no município amazonense de Tabatinga, de acordo com dados publicados pela Praticagem dos Rios da Amazônica Ocidental (Proa). Nessa sexta-feira, a cidade fronteiriça viu seu rio subir 9 centímetros.

Em Coari, as descidas pararam nessa quinta-feira quando o Solimões atingiu 9,55 metros, mesmo nível registrado nesta sexta. As mudanças confirmam a previsão do boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) na terça-feira (21), que aponta para o auge da vazante ocorrendo entre o fim de outubro e o início de novembro, iniciando a época da cheia.

Fenômeno
Neste ano, sem o fenômeno El Niño para influenciar negativamente as chuvas na região amazônica, o rio Negro atingiu 29,05 metros no pico da cheia em julho, iniciando o processo de vazante sem atingir a máxima histórica de 30,02 metros registrada em 2021. Sob neutralidade, as águas tiveram um ritmo de queda mais lento nos últimos meses.

Segundo o SGB/CRPM, o rio Negro na capital apresenta um hidrograma estável, em que “73% dos anos da série histórica a cota máxima é atingida no mês de junho e 24% no mês julho. A partir daí, o rio Negro tende a iniciar seu processo de vazante, até que atinja a cota mínima”.

O fim da vazante, por sua vez, não apresenta um mês tão marcado como no pico de cheia, ocorrendo 91% entre os meses de outubro e novembro.

 

A CRÍTICA*

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