A deputada federal Erika Hilton se manifestou publicamente sobre a morte do adolescente Fernando Vilaça, de 17 anos, espancado até a morte no bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus, em um crime com fortes indícios de motivação homofóbica. Em nota divulgada nesta segunda-feira (7), a parlamentar classificou o caso como “inaceitável” e cobrou providências urgentes do Ministério dos Direitos Humanos.
“É inaceitável perder a vida por ser quem se é”, diz deputada
Fernando teria sido agredido após questionar o motivo de estar sendo chamado de “viadinho” por um grupo de adolescentes. “É inaceitável um jovem sair para comprar leite e, pela homofobia alheia, não voltar pra casa. É dilacerante pensar que uma pessoa com a vida toda pela frente teve sua trajetória interrompida por questionar uma ofensa”, escreveu Erika em sua conta oficial no X (antigo Twitter).
A deputada Erika Hilton também afirmou que está requerendo o acompanhamento do caso pelo Ministério dos Direitos Humanos, cobrando uma atuação efetiva diante da gravidade do crime.
Velório foi alvo de provocação de pessoas ligadas aos agressores
Erika também denunciou que, segundo a imprensa local, pessoas ligadas aos agressores, que já foram identificados e estão foragidos, compareceram ao velório de Fernando para filmar o caixão. “A família está sendo privada do direito ao luto, à dignidade e à justiça”, pontuou a deputada. Ela ainda colocou seu mandato à disposição da família da vítima para auxiliar no que for necessário.
Fernando foi espancado após tentar dialogar com agressores
Fernando Vilaça foi atacado no sábado (5), quando saiu de casa para comprar leite. Ele era frequentemente alvo de insultos homofóbicos por outros adolescentes da vizinhança. Naquele dia, ao ser novamente ofendido, tentou conversar com os jovens, mas foi brutalmente espancado.
Testemunhas gravaram o momento da agressão. Fernando foi socorrido com vida e passou por uma cirurgia de emergência após ser transferido para o Hospital Platão Araújo, mas não resistiu aos ferimentos. A morte encefálica foi confirmada poucas horas depois da operação.
Supostos agressores foram punidos por facção criminosa
Dias após o assassinato, um vídeo que circulou nas redes sociais mostra os jovens acusados de matar Fernando sendo punidos por membros de uma facção criminosa local. As imagens revelam o chamado “tribunal do crime”, onde os supostos envolvidos recebem 10 pauladas nas mãos como forma de punição.
“Olha aí, estão sendo cobrados pelo erro de vocês”, diz uma voz ao fundo no momento da agressão.
O caso gerou forte comoção em Manaus e reforça o alerta sobre os impactos da homofobia e da intolerância na vida de jovens LGBTQIA+ em todo o país.
*Fonte: Portal Tucumã