MALAFAIA DIZ QUE ‘NÃO É BOLSOMINION’ E PODE CRITICAR OU ELOGIAR BOLSONARO E LULA

O pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou ser “livre para apoiar ou criticar” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Não sou partidário, não pertenço ao PL ou sou bolsominion. Sou livre para apoiar ou criticar Bolsonaro, criticar Lula e, se ver alguma virtude nele, falar, sem nenhum problema. É minha liberdade, da qual não abro mão”, disse, nesta entrevista à IstoÉ.

O pastor relatou ter se oposto à decisão de Bolsonaro de viajar aos Estados Unidos após perder a eleição para Lula, em dezembro de 2022, e evitado transmitir a faixa presidencial ao sucessor. “O Lula, na iminência de ser preso, não saiu do país, uma postura de líder. Não estou aprovando Lula, estou falando de uma postura dele, e posso mostrar centenas de outras negativas”, afirmou. Do final da década de 1980 até a primeira eleição do petista, em 2002, o líder religioso chegou a apoiá-lo.

Malafaia disse ter entendido mais tarde que, se não deixasse o país na ocasião, Bolsonaro estaria “preso há mais de um ano”. Acusado de cinco crimes no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente está em prisão domiciliar desde 4 de agosto por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Para o magistrado, ele atentou contra a soberania nacional ao atuar ao lado do filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na articulação que levou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como forma de pressionar o Judiciário brasileiro a não punir o aliado.

Alvo da PF

O mesmo inquérito colocou Malafaia no alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal em que seu passaporte e celular foram apreendidos. Para a PF, o pastor atuava “na definição de estratégias de coação e difusão de narrativas inverídicas, bem como no direcionamento de ações coordenadas que, em última instância, visam coagir os membros da cúpula do Poder Judiciário, de modo a impedir que eventuais ações jurisdicionais proferidas no âmbito do STF”.

Os policiais interceptaram mensagens que ele trocava com o ex-presidente, seu amigo há mais de uma década, que revelaram uma relação de aconselhamento e influência política. Nas conversas, o pastor chama Eduardo de “babaca inexperiente”, responsável por dar a Lula e à esquerda o “discurso nacionalista” por ter celebrado o tarifaço de Trump. “Só não faço um vídeo e arrebento com ele por consideração a você”, escreveu.

Malafaia diz que ‘não é bolsominion’ e pode criticar ou elogiar Bolsonaro e Lula

O ex-presidente submeteu ao crivo do aliado, para aprovação, seu primeiro pronunciamento em resposta às taxas americanas. “Terminei uma carta agora. Estou digitando e te envio. Aguardo suas observações“, disse Bolsonaro a Malafaia, em 13 de julho.

“A carta está muito boa. Se eu não gostasse te falaria, não sou hipócrita“, respondeu o pastor, antes de aconselhar o ex-presidente a gravar um vídeo com o conteúdo. “Malafaia, eu meto a carta e depois vejo o vídeo, ok?” foi a resposta. Nas horas seguintes, o líder religioso insistiu pela gravação do vídeo, com maiúsculas e exclamações. Bolsonaro não gravou porque estava com “crise de soluço”.

*Isto É

Leia também

Leave a Comment