A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público (MPRJ) contra o cantor MC Poze do Rodo, de nome civil Marlon Brendon Coelho, tornando-o réu por tortura. A acusação envolve ainda outras seis pessoas, todas agora formalmente processadas pelo crime. Três outros envolvidos também vão responder por falso testemunho. Apesar da gravidade das acusações, o pedido de prisão preventiva de Poze foi negado pela 11ª Vara Criminal da Comarca da Capital.
Segundo o MPRJ, o caso aconteceu em fevereiro de 2023, quando o ex-empresário do funkeiro foi mantido em cárcere privado na residência do cantor, localizada em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio. A vítima teria sido agredida com requintes de crueldade, em um episódio que durou cerca de uma hora e meia.
A denúncia aponta que o homem foi acusado de ter se apropriado de parte de uma pulseira de ouro. Mesmo após devolver o objeto, ele foi submetido a agressões físicas e psicológicas, incluindo socos, chutes, queimaduras com cigarro e golpes com uma arma artesanal feita de madeira e pregos. O laudo pericial aponta que as lesões causaram fraturas e deformidades permanentes.

Falso testemunho e tentativa de acobertamento
Durante a investigação conduzida pela 42ª Delegacia de Polícia (Recreio), o Ministério Público identificou que três testemunhas prestaram falso depoimento, omitindo informações e tentando livrar os agressores de responsabilidade. Por essa conduta, também foram denunciadas por crime contra a administração da Justiça.
A Promotoria destacou a violência do ato, classificando-o como uma tentativa de exercer “justiça privada”, com ações coordenadas e deliberadas para forçar uma confissão da vítima.
Defesa de MC Poze

O advogado do cantor, Fernando Henrique Cardoso, afirmou que MC Poze tem respeitado todas as medidas cautelares impostas pela Justiça e que o pedido de prisão feito recentemente não se sustenta.
“Desde o início dessa investigação, tanto o Ministério Público como o Poder Judiciário entenderam ser desnecessária qualquer decretação de prisão. Aplicaram, desde então, medidas cautelares que vêm sendo respeitadas e seguidas perfeitamente nos últimos 30 meses”, disse em nota.
Com o recebimento da denúncia, os réus têm agora 10 dias para apresentar resposta à acusação. O processo segue em andamento.
*FONTE: PORTAL TUCUMÃ
