MINISTRO DE ISRAEL ACUSA LULA DE ANTISSEMITISMO; ITAMARATY CONDENA ATAQUE A HOSPITAL PALESTINO

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MREItamaraty) divulgou nesta terça-feira (26) uma nota dura contra declarações ofensivas do ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz, que chamou o presidente Lula de “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas“.

Em resposta, o governo brasileiro classificou as falas como “ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis” e cobrou que Katz assuma sua responsabilidade sobre os ataques em Gaza, em especial o bombardeio ao hospital Nasser, que deixou ao menos 20 mortos, incluindo pacientes, jornalistas e trabalhadores humanitários.

“O Ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz, voltou a proferir ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis contra o Brasil e o Presidente Lula. (…) Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza”, destacou o Itamaraty.

A nota ainda ressaltou a dimensão da crise humanitária: “As operações militares israelenses em Gaza já resultaram na morte de 62.744 palestinos, dos quais um terço são mulheres crianças, e em uma política de fome como arma de guerra imposta à população palestina”. O Brasil lembrou ainda que Israel é alvo de investigação na Corte Internacional de Justiça (CIJ) por plausível violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.

Do lado israelense, Katz endureceu o tom contra Lula. Ele afirmou: “Quando o presidente do Brasil, Lula, desrespeitou a memória do Holocausto durante meu mandato como Ministro das Relações Exteriores, declarei-o persona non grata em Israel até que pedisse desculpas. Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA (…)”.

O ministro também disse que “Israel saberá se defender contra o eixo do mal do islamismo radical, mesmo sem a ajuda de Lula e seus aliados”, e concluiu afirmando que a presidência brasileira é uma “vergonha para o maravilhoso povo brasileiro e para os muitos amigos de Israel no Brasil”.

Histórico do embate Brasil–Israel

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, as relações entre Brasil e Israel têm sido marcadas por tensão diplomática. O presidente Lula já havia sido chamado de “persona non grata” pelo governo israelense após comparar a ofensiva militar de Israel ao Holocausto. O episódio levou à retirada do embaixador israelense de Brasília por semanas.

Mais recentemente, a decisão do Brasil de deixar a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) acirrou ainda mais os atritos. O governo brasileiro justificou que a medida visa buscar um “espaço multilateral mais inclusivo para combater o antissemitismo”, mas Israel e setores da comunidade judaica consideraram a saída um enfraquecimento no combate ao ódio.

 

 

*FONTE: PORTAL TUCUMÃ

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