Uma mulher de 38 anos, identificada pela polícia como suposta integrante de alto escalão do Comando Vermelho (CV), foi liberada pela Justiça nesta quarta-feira (16), após passar por audiência de custódia. Ela havia sido presa em um apartamento no bairro Buritis, em Belo Horizonte, durante a Operação Reversus, ação conjunta das polícias civis de Minas Gerais e Mato Grosso.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e a defesa da acusada, a prisão preventiva foi revogada por falta de fundamentos legais. O advogado Marco Antônio de Assis Neves classificou a detenção como “injusta, desproporcional e desprovida dos requisitos exigidos”. A defesa também nega qualquer envolvimento da cliente com organizações criminosas.
A Operação Reversus teve como objetivo desarticular um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas. As investigações apontam que valores ilegais circulavam entre Mato Grosso, Rio de Janeiro e retornavam ao estado de origem, como forma de mascarar a origem dos recursos.
A mulher é suspeita de atuar na coordenação de atividades financeiras e logísticas da facção, especialmente após a morte do companheiro, também apontado como membro do CV. Conforme apuração policial, ela teria assumido papel estratégico na movimentação e ocultação de ativos da organização criminosa.
Nas redes sociais, a investigada se apresentava como empresária e mãe, divulgando vídeos em que se referia a si própria como “CEO e fundadora” de um salão de beleza em Cuiabá. Em seus perfis, mantinha uma imagem ligada ao empreendedorismo e ao estilo de vida de luxo.
Embora esteja em liberdade, a mulher continuará respondendo ao processo, com medidas judiciais em andamento. As investigações seguem em curso, e a Polícia Civil não descarta novos desdobramentos.
