A nova camisa da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo 2026 marcará a estreia global da tecnologia AeroFit, desenvolvida pela Nike após cinco anos de pesquisa voltada à adaptação climática do esporte.
O tecido foi criado para atuar como um sistema de ventilação natural, favorecendo a troca de calor e melhorando o fluxo de ar em relação aos modelos anteriores em até 238%. A peça, feita integralmente com materiais reciclados, busca reduzir os impactos do calor e da umidade, fatores que se tornaram cada vez mais desafiadores no futebol profissional diante das mudanças climáticas.
Os testes realizados com atletas em ambientes acima de 40 °C indicaram menor estresse térmico e maior conforto durante o jogo. A tecnologia estará presente nas seleções patrocinadas pela Nike, incluindo o Brasil, e deve chegar também a modalidades como atletismo e basquete. O modelo incorpora malhas elípticas em pontos estratégicos do corpo, permitindo a circulação direcionada de ar e acelerando a evaporação do suor.
O posicionamento dessas áreas foi definido com base em estudos biomecânicos e modelagem computacional, em um processo técnico voltado à eficiência e não à estética. Estudos recentes apontam que o aumento das temperaturas reduziu em cerca de 20% as janelas seguras para partidas nas últimas décadas, elevando o risco de lesões por calor.
A Nike analisou mais de 100 partidas em condições extremas para calibrar o tecido, em resposta a episódios como a Copa do Mundo de Clubes 2025 nos Estados Unidos, marcada por índices recordes de umidade e calor. Na ocasião, a Fifa precisou adotar pausas extras para hidratação e criar zonas de resfriamento para atletas, enquanto a Fifpro reforçou a necessidade de intervalos mais longos nos jogos.

O processo produtivo da AeroFit se apoia em um modelo de economia circular. O tecido é formado por 70% de resíduos têxteis industriais e 30% de materiais pós-consumo, com reciclagem química que transforma sobras em novas fibras sem perda de qualidade. Esse método reduz em cerca de 50% as emissões por peça e mantém durabilidade e ventilação equivalentes aos tecidos virgens.
A empresa planeja expandir a aplicação da tecnologia a 80% de seus uniformes até 2030, priorizando a redução de impacto ambiental e o uso contínuo de recursos já existentes.
A Nike pretende adaptar a AeroFit às exigências de cada modalidade esportiva. No basquete, o foco será o resfriamento em áreas de maior atrito e impulso, como tronco e ombros, enquanto no atletismo o projeto priorizará leveza e mobilidade nas pernas. Simulações específicas foram conduzidas para garantir que a ventilação não interfira na aerodinâmica dos uniformes, mantendo o desempenho técnico dos atletas em competições de alta intensidade.
O novo uniforme da Seleção Brasileira faz referência ao tricampeonato mundial de 1970, unindo o tradicional amarelo-canário a detalhes em verde-menta. A peça traz a logo da CBF em material Lite Flex e o símbolo da Nike produzido com resíduos reaproveitados do projeto Nike Grind.
O lançamento oficial está previsto para março de 2026, poucos meses antes do Mundial de seleções na América do Norte, que será realizado nos Estados Unidos, México e Canadá de 11 de junho a 19 de julho em meio a um estudo que alerta para o calor e riscos climáticos crescentes na próxima Copa.
Estudos realizados em ambiente controlado mostraram que o tecido da nova camisa do Brasil contribui para reduzir a fadiga em até 15% em condições de calor extremo, mantendo o corpo seco por até 30% mais tempo. A combinação entre ventilação, sustentabilidade e design científico reflete a adaptação do futebol a um cenário climático cada vez mais desafiador.


