Um grupo criminoso envolvido em uma série de execuções violentas nos últimos anos foi alvo de uma grande operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR), realizada na manhã desta quinta-feira (10). As investigações, que duraram mais de dois anos, revelaram a atuação de integrantes fortemente armados, que se passavam por policiais para cometer homicídios com características de tortura e extrema brutalidade.
A ofensiva policial envolveu 80 agentes civis, que cumpriram 11 mandados de busca e apreensão simultaneamente em Curitiba, Colombo e Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana. Durante a operação, celulares, drogas e documentos foram apreendidos. Três mandados de prisão temporária também foram expedidos: um dos alvos foi preso em flagrante por tráfico de drogas, enquanto o principal líder da organização permanece foragido.
Execuções com fardas e balaclavas
De acordo com a investigação, os criminosos usavam fardas semelhantes às da polícia, balaclavas e armamento pesado para cometer os assassinatos, o que dificultava a identificação e criava um ambiente de terror nas comunidades onde atuavam.
Entre os crimes atribuídos ao grupo está um duplo homicídio registrado em janeiro de 2022, em um lava-car na Rodovia dos Minérios. Quatro homens encapuzados desembarcaram de um carro e executaram as vítimas com diversos disparos.
Em maio de 2023, um homem de 32 anos foi perseguido e morto com mais de 40 tiros, numa ação que chocou moradores. Já em outubro de 2024, outro assassinato ocorreu em plena luz do dia: um homem foi alvejado com mais de 10 disparos enquanto estava sentado na frente de um supermercado. O crime mais recente foi em março deste ano, quando um pedestre foi morto a tiros por um suspeito que fugiu logo em seguida.
Motivações: tráfico e vingança
A delegada Magda Marina Hofstaetter, que coordena o caso, afirmou que os crimes têm ligação direta com o tráfico de drogas e, em parte, também com uma vingança pessoal, motivada pela morte do pai de um dos membros da quadrilha.
“Estamos agindo para desmantelar e responsabilizar esse grupo criminoso, impedir novos crimes e proteger as pessoas impactadas por essas atividades. Essa ação é fundamental para fortalecer a segurança na região”, declarou a delegada.
A PCPR segue com as diligências para localizar o foragido, considerado peça-chave no esquema criminoso. A expectativa é que os materiais apreendidos contribuam para novas prisões e elucidação de outros crimes que ainda estão sob investigação.
A operação representa um passo importante na tentativa de interromper a cadeia de violência e restaurar a segurança nos bairros mais afetados pela atuação do grupo.
Fonte: AM POST