O servidor público Amaral Eufrásio de Oliveira Neto, de 58 anos, tornou-se a primeira vítima fatal de leptospirose registrada em Manaus em 2025. Ele faleceu na última segunda-feira (31), após contrair a doença durante um alagamento que invadiu sua residência no bairro Colônia Terra Nova, na zona norte da capital.
No dia 19 de março, fortes chuvas alagaram a casa e o quintal de Amaral, onde ele criava galinhas. Vídeos feitos na ocasião mostram o servidor tentando resgatar os animais em meio à água contaminada – ambiente propício para a proliferação da bactéria Leptospira, transmitida pela urina de roedores.
Seu pai, Francisco das Chagas Oliveira, relatou que Amaral começou a apresentar sintomas como febre, dores musculares e fraqueza no dia 28 de março. Inicialmente, ele acreditou ser uma virose e procurou um hospital particular, onde recebeu apenas dipirona, sem exames específicos.
Com o piora do estado de saúde, a família acionou o SAMU no dia seguinte. Amaral foi levado ao Hospital Aristóteles Platão, onde exames confirmaram a leptospirose. A doença já havia causado lesões graves no pulmão e fígado, conforme descreveu Francisco: “Viram que o pulmão dele estava com hemorragia. Ele ficou verde e amarelo duas vezes”.
Apesar dos esforços médicos, o servidor não resistiu às complicações.
Amaral trabalhava na Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc-AM) e estava lotado na Escola Estadual Ana Lúcia, no mesmo bairro onde morava. Antes, atuou na Escola Antoglido Pascoal Viana. Colegas o descrevem como um profissional dedicado e querido pela comunidade escolar.
O caso acende um alerta sobre os riscos da doença durante enchentes, comuns em Manaus na época de chuvas intensas. A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) reforça a importância de:
- Evitar contato com água de alagamentos;
- Usar botas e luvas em situações inevitáveis;
- Procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas suspeitos.
A morte de Amaral comoveu familiares, amigos e colegas de trabalho. O sepultamento ocorreu no Cemitério São João Batista, no bairro Tarumã.
*FONTE: PORTAL TUCUMÃ