Os assessores comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, finalizaram os planos para a implementação de tarifas recíprocas, uma medida que o mandatário prometeu impor a todos os países que cobram taxas sobre as importações norte-americanas. A decisão, que já vinha sendo discutida, elevou os temores de uma guerra comercial em escala global, especialmente após o anúncio surpresa feito na segunda-feira (10) de que os EUA imporão tarifas sobre todas as importações de aço e alumínio a partir de 12 de março.
A medida foi imediatamente condenada por parceiros comerciais importantes, como México, Canadá e a União Europeia, enquanto Japão e Austrália buscaram isenções. A notícia também gerou preocupação nos setores que dependem desses materiais, que agora se veem forçados a buscar alternativas para compensar o aumento esperado nos custos de produção.
A estratégia de Trump não se limita ao aço e ao alumínio. Na semana passada, o presidente já havia imposto uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, que entrou em vigor em 4 de fevereiro, levando a China a adotar contramedidas nesta semana. Além disso, Trump adiou por um mês, até 4 de março, a aplicação de uma tarifa de 25% sobre as importações do México e Canadá, com o objetivo de permitir negociações sobre medidas para proteger as fronteiras dos EUA e combater o fluxo de fentanil, um opioide sintético.
Enquanto alguns trabalhadores norte-americanos celebraram as tarifas sobre metais, muitas empresas alertaram para os possíveis impactos negativos. O aumento dos custos pode repercutir em toda a cadeia de suprimentos, afetando corporações que dependem desses materiais para sua produção. A incerteza sobre os próximos passos do governo Trump tem mantido o mercado em alerta.
Autoridades da Casa Branca têm se mantido discretas sobre a estrutura ou o cronograma das próximas tarifas, mas fontes indicam que o anúncio pode ocorrer ainda nesta semana. Trump afirmou na segunda-feira que divulgará nos próximos dias as tarifas recíprocas para todos os países que impõem taxas sobre produtos norte-americanos. Além disso, o presidente mencionou que está analisando tarifas separadas para carros, semicondutores e produtos farmacêuticos, o que pode ampliar ainda mais o alcance das medidas.
Especialistas em comércio internacional destacam que a implementação das tarifas recíprocas representa um desafio logístico e diplomático significativo para a equipe de Trump. A complexidade da estruturação dessas tarifas pode explicar o atraso em seu anúncio oficial. Uma fonte próxima ao processo afirmou que os detalhes ainda estão sendo elaborados, mas que a medida deve ser anunciada em breve.
Enquanto isso, a comunidade internacional aguarda com apreensão os próximos movimentos do governo norte-americano, temendo que as tarifas recíprocas possam desencadear uma escalada de retaliações comerciais, com impactos negativos para a economia global. A possibilidade de uma guerra comercial ampla continua a pairar como uma ameaça real, com consequências imprevisíveis para os mercados e as relações internacionais.
*Portal Tucumã