A tensão no Leste Europeu atingiu um novo patamar nesta quarta-feira (10) após a Polônia invocar o Artigo 4 do Tratado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), solicitando consultas urgentes entre os países membros para uma resposta conjunta à violação de seu espaço aéreo por drones russos.
O movimento é uma reação direta a uma série de incidentes ocorridos na madrugada, quando aeronaves não tripuladas provenientes da Rússia adentraram o território polonês em meio a ataques contra a Ucrânia.
Em suas redes sociais, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, confirmou que as Forças Armadas do país abriram fogo contra os drones.
“Recebi um relatório do Comandante Operacional das Forças Armadas sobre a queda de drones que invadiram nosso espaço aéreo e poderiam representar uma ameaça. A operação está em andamento”, escreveu Tusk, acrescentando que mantém contato constante com o presidente Karol Nawrocki e o ministro da Defesa, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz.
O incidente levou ao fechamento preventivo do Aeroporto Internacional de Varsóvia e à ativação de sistemas de defesa aérea em alerta máximo. Caças da Otan já foram acionados para interceptar as aeronaves não identificadas, marcando uma escalada significativa na resposta ocidental às incursões russas.
O que significa invocar o Artigo 4 da Otan?
O Artigo 4 do tratado da Otan prevê consultas entre todos os membros sempre que a integridade territorial, a independência ou a segurança de qualquer uma das partes for ameaçada. Esta é apenas a sétima vez na história da aliança, desde 1949, que o artigo é acionado – a anterior também envolveu a Polônia, após um ataque com mísseis em 2022 que matou duas pessoas no país.
Caso as consultas levem à conclusão de que houve um ataque intencional da Rússia, o próximo passo pode ser a invocação do Artigo 5, o princípio de defesa coletiva que considera um ataque a um membro como um ataque a todos – abrindo caminho para uma resposta militar coordenada.
Os drones russos violaram o espaço aéreo polonês durante uma onda de ataques lançados por Moscou contra alvos no oeste da Ucrânia, região que faz fronteira com países da Otan. A ação reforça preocupações sobre a possibilidade de a guerra se expandir além das fronteiras ucranianas.
Autoridades polonesas e da Otan monitoram a situação em tempo real, e novos movimentos de tropas e equipamentos de defesa são esperados nas próximas horas. Enquanto isso, o governo russo ainda não se manifestou oficialmente sobre a acusação.
A comunidade internacional observa com apreensão: uma resposta militar direta da Otan à Rússia representaria uma escalada sem precedentes desde o início da invasão da Ucrânia, em Fevereiro de 2022.
*FONTE: PORTAL TUCUMÃ