A vacinação contra a raiva dos herbívoros passa a ser obrigatória no município de Apuí, a 453 quilômetros de Manaus, após a confirmação de um caso da doença em um animal de produção. A medida preventiva visa conter a disseminação do vírus na região e proteger a saúde dos rebanhos e da população.
A obrigatoriedade atinge todos os bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e equídeos com idade a partir de três meses. Os produtores devem comprovar a imunização apresentando a nota fiscal da vacina, além da data de aplicação e o número de animais vacinados por espécie.
Quem não cumprir a determinação fica impedido de emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento essencial para movimentar os animais entre propriedades, feiras ou abates.
Apuí junta-se a outros seis municípios do Amazonas — Autazes, Careiro, Santo Antônio do Içá, Tefé, Urucará e Urucurituba — onde a vacinação já é obrigatória. A decisão foi tomada após a morte de um animal infectado, considerada foco da doença.
De acordo com a médica veterinária Larissa Carvalho, coordenadora estadual do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros e Outras Encefalopatias (PNCRH), medidas emergenciais estão sendo implementadas. “Recebemos a notificação de um caso suspeito em abril. Com a confirmação laboratorial da raiva, foi publicada a Portaria nº 223, que estabelece a obrigatoriedade da vacinação no município. Também estão previstas ações de captura de morcegos hematófagos e atividades de educação sanitária”, afirmou.
A vacinação emergencial já está em andamento. Propriedades localizadas num raio de até 12 quilômetros do local onde o caso foi confirmado estão sendo notificadas e bloqueadas para movimentações. O desbloqueio só ocorre após a comprovação da imunização dos rebanhos.
Para o restante do município, os produtores têm um prazo de 60 dias, a contar da publicação da Portaria no Diário Oficial do Estado, em 6 de maio, para vacinar seus animais.
O animal infectado apresentou sintomas típicos da raiva no fim de fevereiro, como andar cambaleante, isolamento, salivação excessiva, movimentos de pedalagem e dificuldade de engolir. Ele morreu dois dias após o início dos sinais clínicos.
A raiva é uma zoonose grave, com alta letalidade e potencial de transmissão para humanos. Em caso de suspeita, os criadores devem evitar contato direto com o animal doente e comunicar imediatamente as autoridades sanitárias.