VEJA AS DIFERENÇAS ENTRE AS CANETAS EMAGRECEDORAS

As canetas emagrecedoras se tornaram protagonistas da conversa sobre obesidade e controle do peso no Brasil. O fenômeno mundial ganhou força por aqui com nomes como Ozempic e Mounjaro, e recentemente, o país também criou uma caneta para chamar de sua: a Olire, versão nacional da liraglutida, com preço mais acessível.

Para esclarecer como cada medicamento atua e quais riscos cercam o uso indiscriminado dessas drogas, o médico e comunicador de saúde Rodrigo Schröder detalha as diferenças e alerta contra o consumo de substâncias ainda não autorizadas no país.

Como funcionam as primeiras canetas

Segundo Schröder, tanto o Ozempic (semaglutida) quanto a liraglutida, agora disponível no Brasil com o nome Olire, pertencem à mesma classe de medicamentos: os miméticos de GLP-1.

“O GLP-1, ou glucagon-like peptide-1, é um hormônio que a gente naturalmente produz no intestino. Quando usamos esses remédios, aumentamos a presença desse hormônio no corpo. Ele age em três frentes: aumenta a secreção de insulina, retarda o esvaziamento gástrico e modula o apetite no cérebro, aumentando a saciedade”, explica o médico.

Esse mecanismo explica alguns dos efeitos colaterais mais comuns. “Muita gente fala que sente enjoo. Isso acontece porque o remédio retarda o esvaziamento gástrico. Se a pessoa insiste em comer além da conta, pode acabar vomitando. Esses medicamentos são bons para emagrecimento, mas também para controle da glicemia”, afirma.

A chegada da Olire vem com a promessa de ampliar o acesso, uma vez que, com a produção no Brasil, o preço é mais competitivo. “É a mesma liraglutida já usada há anos, mas agora nacional”, comenta.

O diferencial do Mounjaro

As primeiras canetas atuam apenas no GLP-1, já o Mounjaro (tirzepatida) combina duas frentes de ação: o GLP-1 e o GIP.

“Existe outro hormônio envolvido no processo de emagrecimento, que é o GIP, o glucose-dependent insulinotropic polypeptide. Ele também é produzido no intestino delgado e estimula a secreção de insulina pelo pâncreas, ajudando a controlar melhor o açúcar no sangue após a refeição”, explica Schröder.

Essa dupla atuação se reflete nos resultados. “O Mounjaro age nos dois hormônios, por isso tem um resultado melhor que o Ozempic. Enquanto o Ozempic chega a até 14% de perda de gordura e peso, o Mounjaro alcança até 22%”, compara.

A nova geração: retatrutida e masdutida

A corrida farmacêutica, no entanto, não para. No exterior, drogas ainda mais potentes estão em fase de desenvolvimento e testes.

“Lá fora, já estão desenvolvendo novas drogas, como a retatrutida e a masdutida. Essas vão além: agem no GLP-1, no GIP e também no glucagon. O glucagon participa diretamente da mobilização da gordura. Ele age diretamente na quebra da gordura”, explica o médico.

Segundo Rodrigo, essas novas combinações podem representar um salto no tratamento da obesidade. “A retatrutida surgiu na Alemanha e a masdutida na China. Elas ainda são vendidas de forma muito restrita e não estão liberadas no nosso país”, completa.

No entanto, o médico faz questão de reforçar um alerta: “Estou ouvindo algumas pessoas dizendo que já estão tomando essas duas substâncias, no entanto, ainda não é legalizado e regulamentado no Brasil, logo, a comercialização é totalmente ilegal. Hoje, no Brasil, o que temos é semaglutida, luraglutida e Tizerpatida”, afirma.

 

 

Com informações da assessoria

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