VÍDEO: POPULAÇÃO DE HUMAITÁ É ATINGIDA POR GÁS LACRIMOGÊNEO EM OPERAÇÃO QUE DESTRÓI BALSAS DE GARIMPO

(Foto: Montagem – Portal Tucumã)

Uma operação da Polícia Federal (PF) e da Força Nacional de Segurança Pública contra o garimpo ilegal resultou na destruição de mais de 80 balsas e gerou cenas de tensão nos municípios de Humaitá e Manicoré, no sul do Amazonas, e em Calama, Rondônia, nesta segunda-feira (15).

O uso de gás lacrimogêneo por helicópteros contra manifestantes na orla de Humaitá afetou moradores não envolvidos com a atividade ilegal, aumentando a revolta local.

Vídeos gravados por moradores e que circulam nas redes sociais mostram o momento em que dragas de extração de ouro são explodidas pelos agentes, com densas colunas de fumaça negra subindo do Rio Madeira.

Veja vídeo

O cenário foi descrito por testemunhas como “de guerra”, com relatos de pânico, correria e sons de explosões e disparos.

(Foto: Divulgação)

A operação visa combater a extração ilegal de ouro que avança sobre terras indígenas e unidades de conservação.

A dimensão do problema é evidente: apenas no trecho entre Manicoré (AM) e Calama (RO), mais de 500 balsas foram registradas em mapeamento realizado pelo GreenPeace no final de agosto.

Segundo informações de moradores, muitas balsas foram ancoradas na orla de Humaitá na tentativa de evitar a ação dos órgãos federais, estratégia utilizada em anos anteriores.

A destruição dos equipamentos segue recomendação do Ministério Público Federal (MPF) com aval do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que a extração de ouro sem autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM) é considerada crime.

Controvérsia jurídica e ambiental

(Foto: Divulgação)

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) tentou suspender a ação no STJ na última semana, argumentando que as explosões causam derramamento de óleo e poluição, matando peixes e outros animais que fazem parte da alimentação dos ribeirinhos.

No entanto, a Defensoria Pública da União (DPU) alegou que o órgão estadual não tem competência para interferir em questões federais, e o STJ manteve a decisão.

A DPE-AM solicitou com urgência uma audiência com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para tentar suspender o uso de explosivos na operação.

Até o início da tarde desta segunda-feira, a PF confirmou a destruição de 71 dragas no estado do Amazonas. Os dados referentes ao estado de Rondônia ainda estão em consolidação, mas a operação já ultrapassava a marca de 80 balsas destruídas no total.

Não há informações sobre feridos ou detidos até o momento.

 

*Fonte: Portal Tucumã

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