O cantor Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, o MC Poze, prestou depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Câmeras da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) nesta segunda-feira (20).
Convocado para esclarecer o roubo e a rápida recuperação de sua Land Rover Defender blindada no Recreio dos Bandeirantes, em 19 de setembro, o artista usou sua notoriedade como justificativa para o caso.
Ao ser questionado pelo presidente da CPI, deputado Alexandre Knoploch (PL), sobre a crença expressa em suas redes sociais de que o carro seria rapidamente localizado, Poze foi enfático.
“É uma coisa óbvia meu carro aparecer e até ter demorado para aparecer por eu ser o Poze do Rodo. Me acho uma pessoa fenomenal. Sou mundialmente muito reconhecido, tenho meu Instagram com 16 milhões de pessoas e meus stories, por dia, são 4 milhões de pessoas”, declarou o cantor.
Carro personalizado e “largado”
MC Poze também destacou as características únicas do veículo como outro fator que teria facilitado a recuperação. Segundo ele, o automóvel é vermelho e tem o interior todo personalizado, com seu nome estampado nos bancos.
“Para mim, ficaria óbvio que depois que eu postasse que meu carro foi roubado, ele ia ser encontrado. E ele não foi encontrado, ele foi largado. Assim que meu carro foi largado, surgiram muitas informações dos meus fãs”, afirmou.
O depoimento, que durou 28 minutos, foi marcado por um momento de tensão com o presidente da comissão.
“Muitas pessoas gostam disso (da fama), e muitas pessoas discordam, inclusive o senhor, que deixou nítido nas redes sociais que eu sou um marginal. Então, eu acho que não tem porque eu ficar dialogando com uma pessoa que me acha uma coisa que eu não sou. O senhor sabe da minha profissão real, sabe que fui preso e que me soltaram porque não conseguiram provar nada. Eu sou artista, pai de cinco filhos.”, disse o cantor.
Em resposta, Knoploch não se retratou e justificou a ofensa.
“Eu não retiro o que disse. Músicas cantadas pelo senhor fazem apologia ao crime. Vivemos numa sociedade democrática, tem gente que gosta de funk, outras que gostam de gospel, mas eu acho que o que o senhor canta incentiva o crime.” disse.
Poze também se distanciou de fãs que ameaçaram parlamentares por causa de sua convocação, afirmando discordar dessas atitudes.
A participação de MC Poze começou com a apresentação de um habeas corpus que lhe garantia o direito de permanecer em silêncio. Após responder à primeira pergunta, o cantor optou por assumir esse direito e foi liberado pela comissão.
Sobre a CPI das Câmeras
A CPI das Câmeras foi instaurada para investigar um suposto esquema envolvendo traficantes, milicianos, empresas de videomonitoramento, recuperadoras e associações de proteção veicular que estariam lucrando com a onda de roubos e furtos de carros no estado.
Até o momento, a comissão já ouviu representantes de diversos setores e decretou a prisão de dois depoentes: um por se negar a testemunhar e outro por ter supostamente mentido em seu depoimento.
*FONTE: PORTAL TUCUMÃ
