O Museu da Cidade de Parintins, instalado no Palácio Cordovil, um dos maiores patrimônios públicos parintinenses e sede do Poder Executivo em 1969, está aberto para visitação desde o dia 6 de junho para turistas que desejam conhecer um pouco mais da história da cidade (distante 369 quilômetros em linha reta de Manaus). O espaço, junto da Praça Eduardo Ribeiro, foi entregue no dia 24 de maio.
Segundo a historiadora Larice Butel, administradora do museu, o lugar abriga dois espaços. “Foi utilizado o espaço histórico da antiga prefeitura que é conjugado: o mais novo é o tombado e constituído como Paço Municipal em 1968 pelo senhor Djard Vieira. E o mais antigo corresponde ao antigo fórum de Parintins com muitos detalhes”, explicou. Foram preservados traços arquitetônicos de estilo eclético do prédio antigo.
“Temos sete salas, divididas em: cultura popular, história de Parintins, história de grupos estrangeiros que colaboraram com a formação sociocultural. E uma sala audiovisual com capacidade para 25 pessoas”, detalhou a administradora. “Nós vamos ficar abertos direto a partir das 10h até meio-dia, e de 15h até às 19h durante a semana e até às 20h aos fins de semana. Vamos flexibilizar para atender a demanda turística com o festival”, complementou.

A primeira sala, chamada “Sala de Exposição Provisória”, recebe os quadros do artista visual parintinense Evanil Marciel, que retratam o cotidiano do município e principalmente de um jeito único de quem vive a cidade: o parintinense e os saberes populares do povo. Ele é especializado na técnica de pintura com espátula e hiper-realismo. Os quadros mostram desde as lavadeiras que moravam no bairro da Francesa até o milagre da multiplicação dos peixes por Jesus de Nazaré.

Os povos indígenas que habitavam a cidade também fazem parte da exposição, onde fica a origem histórica de Parintins. Na segunda sala, o visitante se depara com artefatos originários dos povos Sateré-Mawé, de origem e cosmogonia. Os sagrados porantins e os inhanbés que marcam o compasso do ritual da Tucandeira, assim como as luvas e formigas utilizadas no rito de passagem de menino para adulto, encantam os visitantes.
Os bois-mirins Estrelinha, Tupi e Mineirinho dividem a sala com os bois Garantido e Caprichoso no espaço sobre a cultura. Além das fantasias utilizadas por grandes nomes do festival, como Paulinho Farias e Arlindo Jr., a administradora explicou que os bois expostos na sala são significativos: o Caprichoso foi utilizado para visitar as casas dos torcedores isolados pela covid-19. Já o Garantido foi o boi que evoluiu no ano do centenário.

Além dos povos indígenas, japoneses e judeus que colaboraram para a construção da cidade também fazem parte da exposição do museu. A família Minami e Sato, influentes em uma Parintins antiga, são imortalizadas no museu com louças e documentos da época. Leão Azulai foi o curador responsável pela curadoria dos objetos do promotor público Marcos Salomão Zagury (1883 – 1938), morto dentro da sala onde estão expostos os próprios pertences.

“O espaço é o novo atrativo cultural e turístico. É importante para a cidade, considerando a representatividade de Parintins enquanto espaço de produção de cultura, porque sintetizamos um pouco de tudo. O turista e o parintinense chegam aqui e têm um espaço de memória onde se identificam. É poder ver que as pessoas se identificam com o lugar e tudo que está aqui. E isso é gratificante”, finalizou Butel.