Três homens foram presos e um adolescente apreendido neste domingo (20), no Rio de Janeiro, suspeitos de planejar o assassinato de um morador de rua. O crime, segundo a investigação, seria transmitido ao vivo pela internet como forma de entretenimento para membros de um grupo radical.
A Operação Desfaçatez foi conduzida pela Polícia Civil do Rio, com apoio do Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça. Agentes cumpriram mandados de prisão nos bairros de Vicente de Carvalho, na Zona Norte, e Bangu, na Zona Oeste da capital.
Segundo a delegada Maria Luiza Arminio Machado, que coordena o caso, os suspeitos usavam plataformas digitais como o Discord para planejar e divulgar crimes diversos, incluindo maus-tratos a animais, incitação ao ódio e racismo. O ataque ao morador de rua seria cometido justamente no dia 20 de abril, aniversário de Adolf Hitler.
“Estamos sempre monitorando esses criminosos que tentam se esconder na internet. Desta vez, tivemos que agir rápido, pois havia risco iminente de morte”, afirmou a delegada.
Entre os detidos está Bruce Vaz de Oliveira, apontado como líder do grupo e dono do servidor onde os crimes eram compartilhados. Em redes sociais, ele se apresentava falsamente como ativista ambiental e colaborador da ONU.
De acordo com o secretário de Polícia Civil do RJ, delegado Felipe Curi, Bruce promovia sessões de tortura a animais e as transmitia ao vivo. “Ele adotava gatos e os dissecava em vídeo, incitando outros usuários a participarem. Temos, inclusive, documentação internacional que aponta ligação dele com células extremistas. Um verdadeiro psicopata”, disse.
Também foram presos Kayke Sant Anna Franco e Caio Nicholas Augusto Coelho. Kayke é acusado de planejar o assassinato do morador de rua, além de maus-tratos, indução à automutilação e corrupção de menores. Já Caio teria praticado crimes de racismo, incitação à violência e associação criminosa.
Além das prisões, mandados de busca e apreensão foram cumpridos para recolher celulares, computadores e outros materiais que possam comprovar a atuação do grupo.
A polícia acredita que a prisão dos envolvidos representa um passo importante para desarticular redes que usam a internet para cometer e estimular crimes violentos.
Procurada pela imprensa, a Organização das Nações Unidas negou qualquer vínculo com Bruce Vaz. “Reforçamos que o uso indevido do nome da ONU por impostores é uma prática criminosa”, disse a entidade, em nota.
Em nota oficial, o Discord informou que possui políticas rígidas contra conteúdo ilegal e discurso de ódio. A empresa afirmou colaborar com autoridades brasileiras e remover conteúdos e perfis que violem suas regras.
O nome da operação, “Desfaçatez”, foi escolhido para refletir a contradição entre a imagem pública de alguns dos envolvidos e os crimes graves que praticavam no ambiente digital.
*FONTE: PORTAL TUCUMÃ